Porto cobra SEMA sobre intenção de cortar 231 araucárias no interior de Cascavel
A retirada das árvores seria para que uma estrada rural possa ser readequada...
O vereador Paulo Porto (PT) está cobrando, por requerimento, a prefeitura de Cascavel pela pretensão de derrubar 231 araucárias no interior do município. A retirada das árvores seria para que uma estrada rural possa ser readequada. A estrada rural Arataca fica no distrito de Rio do Salto, com acesso pela BR 277, sentido Curitiba, e liga várias propriedades rurais e assentamentos de agricultores familiares e orgânicos da região.
“O Brasil é um dos países que mais desmata. A região amazônica é que mais sofre com o desmatamento no país, porém não é a única”, lembrou o parlamentar. Porto enviou um requerimento para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema) para que seja apresentada a licença ambiental do Instituto Água e Terra (antigo IAP) para a retirada dos pinheiros do Paraná. Ele também quer saber a resposta que o Conselho Municipal do Meio Ambiente deu em relação ao pedido e se foi feito algum estudo alternativo no sentido de procurar preservar os pinheiros na readequação da estrada. “Não podemos assistir e aceitar que a própria prefeitura desmate dessa forma. Deve haver alternativas mais viáveis ambientalmente”, defende o vereador.
O Paraná tem como símbolo a araucária, árvore da família dos pinheiros. Sua floresta é um ecossistema da Mata Atlântica, característico da região sul do Brasil e abriga uma grande variedade de espécies. Originalmente ocupava 200 mil Km2, estando presente em 40% do território do Paraná.
Árvore de tronco cilíndrico e reto, cujas copas dão um destaque especial à paisagem. A araucária chega a viver até 700 anos, alcançando diâmetro de dois metros e altura de 50 metros. Com madeira leve e sem falhas, foi intensamente explorada entre 1930 e 1990. Cerca de 100 milhões de pinheiros teriam sido derrubados. Nas décadas de 1950 a 1960, a araucária estava no topo da lista das exportações brasileiras.
Com a expansão das atividades agrícolas, as florestas com araucária foram reduzidas a 3% de sua área original, sendo que menos de 1% dessas florestas são primárias, colocando-as em risco de extinção. Essa situação é agravada pela exploração ilegal da madeira e pela transformação da floresta em áreas agrícolas e reflorestamento de espécies exóticas, como eucalipto e pinus.
As árvores que a prefeitura pretende derrubar na estrada Arataca já são de reflorestamento, ou seja, não são primárias. Para Porto isso não faz diferença. “Será que não existe nenhuma outra forma de readequar uma estrada que não seja derrubando mais de 200 árvores em risco de extinção?”, indaga. “Enquanto todos lutam para um mundo melhor, sem venenos, sem desmatamento e com preservação, a prefeitura vai dar o mau exemplo”, conclui o parlamentar.