Dez erros mais comuns na língua portuguesa
Passados mais de dez anos da última reforma ortográfica, ainda observamos muitos erros de português sendo cometidos diariamente, tanto na fala...
Desde meados do século XVI, com a efetivação da colonização, a língua portuguesa foi instituída no Brasil, fazendo com que as linguagens indígenas desaparecessem aos poucos. Mas somente no século XVIII o português tornou-se a língua oficial do país. Nesses mais de 500 anos, a língua portuguesa passou por várias mudanças, sendo a última implantada no ano de 2009, em comum acordo feito entre os países que têm o português como idioma oficial.
Passados mais de dez anos da última reforma ortográfica, ainda observamos muitos erros de português sendo cometidos diariamente, tanto na fala, quanto na escrita. As professoras de Língua Portuguesa dos colégios Semeador, de Foz do Iguaçu - Cláudia Fávero dos Santos - e Passo Certo, de Cascavel - Kalen Franciele Piano - listaram e esclareceram alguns dos erros mais comuns cometidos no dia a dia.
Uso do vocábulo "menos" no feminino - A professora Cláudia explica que a palavra "menas" não existe, pois "menos" é uma palavra invariável, que não se flexiona. Ou seja, a regra de concordância não se aplica nesse caso.
Uso incorreto do verbo “fazer” - A professora Kalen esclarece que, quando o verbo “fazer” se refere a tempo transcorrido, ele é impessoal. Ou seja, não tem sujeito com quem concordar e então deve ser empregado no singular. Exemplo: "Faz dez anos que não a vejo".
O obrigado e obrigada - De acordo com a professora Cláudia, em contrapartida à regra abordada anteriormente, muitas mulheres utilizam a palavra "obrigado" no masculino para agradecer algo, quando deveriam usar "obrigada". “Nesse caso, é um adjetivo variável, portanto, deve concordar com o gênero que está praticando essa ação”, orienta.
Meio e meia - AMeio e meiaeia” tem dois significados: a peça de roupa ou o numeral. Kalen explica que, quando utilizada como advérbio de intensidade, a palavra torna-se invariável, ou seja, não se flexiona e não segue a regra de concordância. “‘Meia triste’ é incorreto”, aponta. Por outro lado, "a hora do almoço é meio dia e meia".
Gerundismo como linguagem formal - Segundo Claudia, o gerundismo é um vício de linguagem no qual se faz uso inadequado do gerúndio - forma nominal que indica continuidade, o desenvolvimento de uma ação em andamento. “O gerundismo, além de ser um excesso desnecessário de construção de uma frase, transmite a ideia de que a ação será futura, o que pode confundir o receptor da informação”, explica. Quem nunca ouviu “estarei fazendo algo”?
Onde x Aonde - A palavra "onde" é utilizada para se referir a um lugar, e pode ser substituída por "em que". O termo "aonde" é a junção da preposição "a" com "onde", ou seja, é usado quando vem acompanhado de outro termo que também necessite da preposição "a" como, por exemplo, no caso do verbo "chegar", esclarece Cláudia. Exemplo: onde você foi não é aonde chegou.
Perda x Perca - A professora Kalen explica que “perda” é o substantivo ligado ao verbo “perder”, que pode ser substituído por um prejuízo, um dano sofrido, enquanto “perca” é uma forma verbal do verbo “perder”. Exemplo: "Não perca a esperança, pois a perda não dura a vida inteira".
Ao invés de x Em vez de - Cláudia esclarece que o termo "invés" é variante de "inverso", ou seja, o oposto. “Isso quer dizer que devemos utilizar ‘ao invés de’ apenas quando formos indicar uma oposição sobre algo, podendo ser substituído por ‘ao contrário de’. A expressão ‘em vez de’ é usada para dizer que estamos fazendo alguma coisa diferente da primeira proposta, mas que não necessariamente seja o oposto dela, e pode ser trocada por ‘em lugar de’. Na dúvida, ‘em vez de’ funciona melhor para todos os casos”.
Mas x Mais - Segundo Kalen, esse é o erro de escrita dos mais comuns da língua portuguesa. “A palavra ‘mais’ é o antônimo de ‘menos’. Para saber se está utilizando da forma correta, use seu antônimo e veja se continua se encaixando na frase. ‘Mas’ é principalmente usado como conjunção adversativa, indicando uma ideia contrária à que foi imposta anteriormente”, explica.
Mal x Mau - Para a professora Cláudia, esse é um erro de escrita ainda muito comum, mas um pouco mais simples de entender. “‘Mal’ é um advérbio que significa o antônimo de ‘bem’. ‘Mau’ é um adjetivo que significa o antônimo de ‘bom’. Para identificar qual a forma correta a ser utilizada, basta pensar em qual seria a palavra contrária dela”, orienta.