Maio Amarelo: celular interfere na capacidade de análise de risco e na reação ao perigo

Um condutor habilitado há décadas pode até discordar, pois geralmente acredita na velha máxima que o senso comum costuma chamar de “vai no automático”. Contudo, quando se está no volante, seja com experiência ou iniciante, é importante pensar na análise que a educadora e especialista em Trânsito, Priscilla Binotto, traz nesta quarta-feira (13) para reforçar a Campanha Maio Amarelo Digital, que alerta para um trânsito mais seguro: “Dirigir é uma tarefa complexa, que exige vários canais de comunicação entre os nossos sentidos e a nossa capacidade de análise de risco e reação ao perigo”.

Priscilla trabalha com a formação de condutores. Ela concorda que é inegável que o celular faz parte da nossa rotina para aproximar pessoas e facilitar o trabalho, principalmente em tempos de pandemia e isolamento social. Contudo, no trânsito ele deve ficar longe do condutor. “O equipamento faz parte da nossa vida. No isolamento social ele cumpre o papel fundamental de nos manter próximo das pessoas que amamos e encurta distâncias. Mas também pode nos afastar definitivamente delas para sempre. É sabido que hoje uma das principais causas de acidentes é a falta de atenção e, muitas vezes, ela está atrelada ao uso do celular enquanto se dirige”.

De acordo com Priscila, são inúmeras as capacidades necessárias para se dirigir. Ela enumera quatro entre as fundamentais, que podem ser diretamente afetadas pelo aparelho celular, independente da forma como ele é utilizado pelo condutor: visão, audição, o processamento de informação e a habilidade motora.

Quando o condutor atende a uma chamada utilizando o celular apoiado no ombro, próximo ao ouvido, está comprometendo a audição, o processamento de informação e a habilidade motora; mesmo que opte por deixar as mãos livres do celular e apoiadas ao volante, com o modo celular conectado à aparelhagem sonora do veículo, compromete a audição e o processamento de informação, além da capacidade de interpretar o perigo e a capacidade de reagir. “E quando teclamos, mesmo que para um simples “oi”, numa curta mensagem, ou somente o som da mensagem chegando, aquela curiosidade aguçada, comprometemos as quatro capacidades, ameaçando completamente nossa segurança”, alerta Priscilla, reforçando o tema deste ano do Maio Amarelo. “Tem alguém esperando você chegar bem e em segurança, então perceba o risco e proteja a vida”.