Ceapac realiza mutirão de cirurgia bucomaxilofacial
Quatro crianças com fissura labioplatina passam pelo procedimento de enxerto ósseo alveolar...

O Centro de Atenção e Pesquisa em Anomalias Crânio Faciais (Ceapac) está realizando um mutirão de cirurgias bucomaxilofacial nos dias 7 e 8 de março. Quatro crianças com fissura labioplatina passam pelo procedimento de enxerto ósseo alveolar. “São casos complexos de enxertos ósseo alveolares, que envolvem também cirurgiões de outras especialidades, como exemplo, o ortopedista”, explica a coordenadora do Ceapac e docente do curso de Odontologia da Unioeste, Dra. Mariângela Monteiro de Melo Baltazar.
O enxerto ósseo alveolar é uma cirurgia que reconstitui o osso do arco dentário em pacientes com fissura, e para o preenchimento é utilizado material do próprio paciente, retirado da crista ilíaca (na região do quadril) ou do mento (queixo). “O procedimento tem duração média de duas horas, envolve a equipe de cirurgiões do Ceapac, além do cirurgião do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, de Bauru, José Carlos Bastos e equipe do centro cirúrgico do HUOP como anestesista, ortopedista e equipe de Enfermagem”, reporta o cirurgião bucomaxilofacial e docente do curso de Odontologia, Dr. Eleonor Álvaro Garbin Jr.
A cirurgia de enxerto ósseo alveolar é realizada após as cirurgias primárias, como a queiloplastia e palatoplastia, e, seu planejamento tem início por volta dos 7 anos com o uso de aparelhos ortodônticos e todo preparo pré cirúrgico que podem durar aproximadamente 2 anos. “Esses casos que estamos operando, são de muito comprometimento estético e funcional, são fissuras bilaterais, que acometem de tal forma que ocorre avanço do osso alveolar, então fica uma projeção anterior de grande porte e uma condição anatômica discrepante”, explica Dr. Eleonor Alvaro. Ainda nesse mutirão será realizada cirurgia em paciente adulto, que não obteve acesso a serviço especializado anteriormente.
Antes do procedimento, os familiares receberam todas as orientações sobre a cirurgia e o acompanhamento pós-operatório. “As cirurgias são necessárias para que esses pacientes possam ter uma melhor qualidade de vida, e o Ceapac continua o acompanhamento até que eles tenham o sorriso que merecem”, afirma Dra. Mariângela.
O Ceapac atende crianças com fissuras desde 2013, mas foi em 2018 que houve o credenciamento em alta complexidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Com o credenciamento passamos a ser referência para realização das cirurgias primárias, e nossos pacientes que fizeram essas primeiras cirurgias, atualmente estão com 4 anos. Os pacientes que estão se submetendo ao enxerto ósseo alveolar hoje, possuem entre 7 a 16 anos, além do adulto de têm 35 anos. Estes pacientes iniciaram o atendimento em outros centros e optaram pela finalização no Ceapac em razão da proximidade ou pela própria organização descentralizada do SUS. O credenciamento em alta complexidade possibilita que esses pacientes possam fazer o acompanhamento com a equipe multidisciplinar, além das cirurgias complexas, sem precisar de um deslocamento maior”, ressalta Mariângela.
O Centro de Atenção e Pesquisa em Anomalias Crânio Faciais (Ceapac), fica anexo ao Huop, e atende em média 400 pacientes por mês. São mais de 1 mil pacientes de toda região cadastrados, e o acompanhamento envolve toda a equipe multidisciplinar enquanto recém-nascido até a vida adulta.
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