Conheça projetos realizados em Cascavel que empoderam mulheres

A Câmara de Cascavel promoveu, nesta semana, como parte da agenda do Mês da Mulher, um painel expositivo com projetos e ações que estão sendo desenvolvidos na cidade e são voltados para as mulheres. A atividade foi organizada pela diretora da Escola do Legislativo, Francielle Cordeiro, em parceria com as vereadoras Beth Leal (Republicanos) e Professora Liliam (PT).

A delegada, Bárbara Strapasson, responsável pela Delegacia da Mulher e a professora e pesquisadora da Unioeste, Janete Ritter, apresentaram o Projeto de Extensão ‘Fortalecendo vidas’, que tem por objetivo promover o empoderamento das mulheres vítimas de violência, oferecendo profissionalização, educação e saúde. “Por enquanto, o projeto depende do apoio de empresários locais, mas por ser uma iniciativa inovadora no Brasil, está em busca de recursos federais que financiem oficinas e serviços que ajudem mais mulheres a se reerguer e recuperar suas vidas”, enfatizou Janete Ritter.

As professoras Caroline Buosi Velasco e Isabela Ferri, da Univel, apresentaram o projeto ‘Combate à Violência Contra Mulher: Aspectos Físicos e Psicológicos’, que já levou a mais de 100 locais – escolas, universidades, penitenciárias, Exército – palestras de conscientização para adolescentes e jovens a respeito da importância de mudar a cultura de violência na qual estamos inseridos.

A Promotora de Justiça Andreia Frias, que atua na defesa dos direitos das mulheres, idosos e adolescentes, destacou a importância de que seja criado um Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher em Cascavel (previsto na Lei Maria da Penha), que permita que as mulheres resolvam em um único local todas as questões relacionadas aos seus direitos, como guarda dos filhos, separação, medida protetiva e o próprio processo criminal.

O secretário de Assistência Social, Hudson Moreschi Jr, trouxe estatísticas mostrando a atuação da secretaria através de programas e benefícios para famílias em situação de vulnerabilidade. O secretário lembrou que a grande maioria dos benefícios e cadastros já são feitos em nome da mulher que chefia a família, garantindo o mínimo para seu sustento e dos filhos.

De acordo com a secretária de desenvolvimento econômico, Hivonete Picolli e a presidente do Conselho de Orientação do Fundo Municipal de Fomento ao Empreendedorismo - Mulher Empreendedora, Maristela Becker Miranda, Cascavel tem mais de nove mil mulheres chefiando negócios, a maior parte delas já atendidas pelo Banco da Mulher, iniciativa inovadora e premiada a nível nacional. Outro programa de destaque na pasta é o Provai, com foco na valorização da agricultura familiar e da agroindústria. “A agilidade na abertura das empresas e na oferta de subsídios e empréstimos, somados à capacitação destas mulheres são essenciais para o sucesso destes programas”, afirmou Maristela Miranda.

A servidora Osani Gehlen, representando a Secretaria de Esporte e Lazer, falou das diversas atividades físicas que estão disponíveis para toda a população, mas de forma especial para as mulheres de todas as idades. A secretaria tem ainda programas de incentivo para mulheres atletas de alto rendimento.

A COPCRAF (Cooperativa da Reforma Agrária e Agricultura Familiar) foi apresentada por Eliane Balbinotti. A cooperativa é composta por assentados e acampados do Movimento Sem Terra e pequenos produtores rurais de Cascavel, Santa Tereza e Lindoeste. O grupo comercializa verduras, temperos e produtos agroindustrializados, como panificação e mandioca. A cooperativa produz para a merenda escolar e também comercializa no Armazém do Campo. “Tudo é produzido de modo coletivo e o processo é liderado por mulheres, que administram e gerenciam todas as etapas, gerando assim uma importante fonte de renda para as famílias”, contou Eliane.

A Patrulha Maria da Penha da Guarda Municipal foi apresentada pela inspetora Claudinéia da Cruz D’Eleutério e atua há quase cinco anos no município. Em 2021, os indicadores de Cascavel subiram bastante. A Patrulha cumpriu 18 mandados de prisão, 20 mandados de buscas e apreensão de armas de fogo, 4.237 atendimentos e acompanha 900 mulheres. “Felizmente, não perdemos nenhuma das mulheres atendidas, contando sempre com o apoio de toda a rede pública de proteção e com as denúncias feitas por familiares, amigos e vizinhos”, afirmou.

Rosa Pacheco falou em nome do Coletivo 8 de março, que atua na luta por mais políticas públicas para mulheres. “Uma das nossas maiores demandas é a instalação do CRAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher), que é um espaço destinado a prestar acolhimento e atendimento humanizado às mulheres em situação de violência, proporcionando atendimento psicológico e social e orientação e encaminhamentos jurídicos necessários à superação da situação de violência, contribuindo para o fortalecimento da mulher”.

Participaram também do evento, Poliana Lautner, do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Mayara Martins, representando a OAB/ Cascavel, o coletivo Florescer Feminista e Miriam da Silva.