24 de maio de 2025

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Matheus Laiola, ex-delegado da Polícia Civil é alvo de operação do Gaeco por suspeita de propina

A defesa do delegado, assumida por Ygor Salmen, também critica a operação e alega inocência....

Matheus Laiola, ex-delegado da Polícia Civil é alvo de operação do Gaeco por suspeita de propina

O delegado Matheus Laiola, ex-chefe da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, e mais três investigadores – da mesma unidade – são alvos da Operação Mônaco, deflagrada nesta terça-feira (19), pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público. A suspeita é de concussão, crime praticado por servidor público que usa de sua função pra exigir vantagem indevida. A operação cumpre mandados de busca e apreensão. Não há mandados de prisão.

Uma fonte ligada ao Ministério Público confirmou à Banda B que o delegado está entre os investigados. Em nota, Laiola afirma que está sendo vítima de perseguição política. A defesa do delegado, assumida por Ygor Salmen, também critica a operação e alega inocência.

O procurador de Justiça e coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, disse em entrevista à assessoria do MP que os suspeitos são investigados por obrigar um dono de posto de combustíveis a pagar um valor para não haver fiscalização.

“A situação atual veio até o Gaeco, por meio de uma denúncia, que na delegacia pediam dinheiro para não cumprir a função de fiscalização de empresas. Nesta situação específica, nós apuramos que o proprietário de um rede de postos foi envolvido nessa situação de pagamento de propina. Foi levado um funcionário do posto, obrigado a ir à delegacia, ficou lá por horas, até que o proprietário do posto, nesses R$ 50 mil exigidos R$ 10 mil de propina, em face dessa extorsão”, disse.

Os fatos investigados ocorreram em fevereiro de 2019 e envolvem o então delegado-chefe da unidade, Matheus Laiola, e três investigadores ligados à Delegacia na época – dois deles já se aposentaram, e o terceiro está atualmente em outra delegacia. Um quarto investigador já tinha sido alvo de mandado de busca na primeira fase da operação. Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Criminal de Curitiba.

Os investigados nunca formalizaram a notificação aos funcionários em lugar nenhum. “Temos vários outros elementos a partir daí. Uma notificação que nunca era formalizada em nenhum lugar”, completou.

As investigações do Gaeco apuram possível crime de concussão (crime praticado pelo servidor público que usa de sua função para exigir vantagem indevida). A pretexto de haver irregularidades em um dos postos de combustíveis de uma rede, o grupo teria apreendido um funcionário do posto, encaminhando-o à Delegacia, onde o teriam retido por cerca de seis horas numa sala, exigindo inicialmente R$ 50 mil para liberá-lo – quantia depois diminuída para R$ 10 mil e que teria sido paga em dinheiro pelo dono do posto ao grupo de policiais para o funcionário ser liberado.

Outro lado Em nota, o delegado Laiola afirma que está sendo vítima de perseguição política. Leia a manifestação na íntegra:

“Recebi na manhã desta terça-feira (19), agentes do Ministério Público na minha residência. Muito estranho, pois os motivos da visita não tem qualquer relação direta comigo. São fatos ocorridos há quase 3 anos e coincidentemente no período que me afastei da chefia da DPMA e me tornei pré-candidato a Deputado Federal, os agentes foram até a minha residência para cumprir o mandado de busca e apreensão.

Sempre colaborando com qualquer investigação, entreguei os objetos solicitados. Reforço que estou sereno e confio plenamente na Justiça, no entanto, não iremos ficar calados diante de tal denúncia que partiu de pessoas maldosas e que nada fizeram pelo bem da comunidade.

Agradeço desde já o apoio de todos, e seguiremos ainda mais fortes no objetivo de servir e compartilhar boas ações. Nada vai me desmotivar na luta pela causa animal. Nada vai me tirar a vontade de mudar efetivamente a proteção animal no Paraná e no Brasil“, afirmou

O advogado Ygor Salmen, defensor de Laiola, também divulgou nota:

“Na qualidade de advogado do Dr. MATHEUS ARAUJO LAIOLA, referente a busca e apreensão ocorrida na presente data, informo que se trata de uma investigação totalmente desarrazoada, oriunda de uma denúncia anônima, ocorrida há mais de 5 (cinco) anos, que sequer menciona o seu nome e é alvo de diversos questionamentos perante o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.

O deferimento de uma medida cautelar sem a realização de uma oitiva prévia, qualquer fato contemporâneo e com uma decisão totalmente genérica, causa estranheza e perplexidade, ainda mais próximo ao período eleitoral, o que, por evidente, levanta uma série de questionamentos.

Confiamos plenamente no Poder Judiciário e sabemos da sua plena inocência, uma pessoa idônea, que nunca teve qualquer problema criminal, tem dedicado à sua vida ao meio ambiente e, em breve, certamente vai construir um legado em Brasília”.

Por: SOT/Via: Rádio Banda B - Foto: Rodrigo Fonseca / CMC - Foto:

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