Programa Digna Idade vai distribuir 30 mil absorventes às meninas em situação de vulnerabilidade
Política pública: Programa será ampliado em 2023 e visa distribuir 80 mil absorventes no próximo ano...
A pobreza menstrual é uma realidade em todo o país. A falta de condições para uma higiene adequada durante a menstruação traz consequências inclusive como a evasão escolar. O Município de Cascavel está atento a essa demanda e lançou nesta segunda-feira (12), o programa Digna Idade, que vai garantir a distribuição de mais de 30 mil absorventes às meninas de 11 a 16 anos, em situação de vulnerabilidade social. A ação foi no Centro da Juventude.
O objetivo é atender 6 mil meninas, com dois pacotes para cada. Cada produto tem oito absorventes. A ação se consolida como uma política pública e o programa será ampliado, uma vez que para 2023 a meta é distribuir 80 mil absorventes.
O programa que tem atuação da Secretaria Especializada de Cidadania, da Proteção à Mulher e de Políticas Sobre Drogas e da Secretaria Municipal de Assistência Social visa proporcionar mais dignidade às meninas que iniciam o período menstrual. E para isso, o programa vai muito além da entrega dos produtos, mas também de orientações. “É um programa que vai atender a necessidade de muitas mulheres de Cascavel. Nós entendemos que a as meninas precisam ser atendidas primeiro, no primeiro período menstrual, e dar a garantia da dignidade menstrual, não apenas o absorvente, mas também orientação para a família, orientações sobre o corpo, que é algo natural, mas que muitas vezes é levado como bullying. Nosso objetivo é trazer essa discussão. Infelizmente, nossas pesquisas apontam que uma em cada 10 meninas deixam de ir à aula, por conta da falta de absorvente”, pontua.
O secretário de Assistência Social, Hudson Moreschi, detalha que para as meninas terem acesso aos produtos precisam ter cadastro em um dos sete CCIs (Centros de Convivência Intergeracional) de Cascavel, que oferecem oficinas gratuitas. “São espaços super acolhedores e de maneira muito sútil nossos orientadores vão abordar diversos termas relacionados à dignidade menstrual”, esclarece.
A pobreza menstrual faz com que as meninas passem por situações constrangedoras, como usos de materiais inapropriados para substituir o absorvente, o que que pode até trazer problemas de saúde. Por essa razão, o programa tem um viés educativo muito forte, explica a coordenadora Suzana Dal Molin. “O programa já traz uma reflexão que a garantia de dignidade menstrual, algo que é natural, mas pouco se discute. Na nossa sociedade, ainda há muitas famílias que não têm condições de comprar comida, quanto mais um absorvente. O programa não só propõe a entrega, mas também a orientação. É pedagógico, educativo”, destaca.