26 de agosto de 2025

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Grupo de mulheres no Paraná transforma lixo tecnológico em inclusão social

Tech Girls reduz o déficit de profissionais mulheres na área da TI capacitando as comunidades femininas em vulnerabilidade social...

Grupo de mulheres no Paraná transforma lixo tecnológico em inclusão social
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Smartphone que cai no chão e racha a tela, mouse que pifa, monitor que deixa de funcionar, teclado de notebook que não responde mais aos comandos, laptop que não aceita mais carga... De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), no relatório The global e-waste monitor, o lixo eletrônico gerado no mundo, em 2030, chegará a 74 milhões de toneladas por ano. E, mesmo que se trate de uma perspectiva para daqui sete anos, muitas pessoas estão pensando seriamente em como contribuir para reverter ao máximo o impacto dos resíduos eletrônicos no planeta nos dias de hoje. Unidas, essas pessoas, todas mulheres, fundaram a Tech Girls, que atua em duas vertentes: na educação em tecnologia da informação, capacitando as pessoas para o mercado de trabalho; e no tratamento adequado do lixo eletrônico para geração de renda.

Como o foco da Tech Girls é reduzir o déficit de profissionais mulheres na área da TI, ela atrai e capacita as comunidades femininas em vulnerabilidade social para ocuparem vagas em um setor da economia que anda na contramão da crise no mercado de trabalho. Ou seja: tem mais vagas do que gente. 

A trilha de aprendizado, no período de três meses, é oferecida de forma presencial e gratuita para a aluna e tem como posicionamento: primeiro o entretenimento;  na sequência, a educação. O treinamento compreende uma jornada de cinco módulos de cursos: começando com Arte-Lixo Eletrônico; Empreendedorismo Digital; Manutenção de Notebook; Lógica de Programação e Desenvolvimento de Softwares. A desenvolvedora de software Gisele Lasserre, fundadora da Tech Girls, explica que, durante o curso, as alunas recuperam notebooks obsoletos por meio de uma oficina de manutenção e, ao levar o equipamento para casa, têm a oportunidade de continuar os estudos e já prestar serviço no mercado.

Outro panorama da Tech Girls é a disciplina Arte-Lixo Eletrônico, a qual, como o próprio nome sugere, transforma as peças que não têm mais possibilidades de ser aproveitadas em bijuterias para comercialização. Ademais, o projeto estabelece uma conexão emocional com as alunas de baixa renda. "Falar de artesanato aproxima e funciona como um imã para este público, quem nunca ligou um computador antes, mas, ao ter contato com este, começa a despertar interesse pela tecnologia. Assim, por meio dessa conquista de confiança, é possível transformar essas mulheres em desenvolvedoras de softwares", comenta a fundadora da Tech Girls.

A ideia deu tão certo que hoje os acessórios femininos e artigos de decoração já estão registrados com a marca bijouxtech®.

A Tech Girls, desde que foi fundada, em 2017, já impactou a vida de mais de 580 mulheres com escolas próprias em Curitiba, São Paulo, Taubaté e Florianópolis, além de associações de bairros e centros comunitários, validando a metodologia própria da marca em termos de educação afetiva de ensino de tecnologia.

Além de Gisele, há no programa mulheres especialistas em desenvolvimento de software, engenharia elétrica e engenharia ambiental, responsável por atender a legislações ambientais de logística reversa.  

Saiba mais - As visitas às escolas Tech Girls podem ser agendadas pelo e-mail gisele@techgirls.com.br ou pelas redes sociais da @techgirlsbrasil.

Importante salientar que as ações da entidade recebem o apoio da Assespro-PR ACATE, presidida por Josefina Gonzalez, a primeira mulher a comandar a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação do Paraná em 40 anos de existência. Segundo ela, o principal benefício dessa parceria é a promoção de conexões e oportunidades que geram negócios aos associados.

Ademais, ela explica que o fato de a entidade ter se tornando ACATE trará um novo posicionamento, bem como a construção de ações, que estão sendo produzidas graças à profissionalização e à oxigenação de todo o ecossistema de tecnologia e inovação do estado do Paraná, o que está conectado com a meta de geração de negócios.

Um dos principais desafios de sua gestão será conectar e estimular o mercado de trabalho, empreendedorismo e fortalecimento do setor: "E tudo isso passa pelas mulheres, que hoje ocupam menos de 20% dos postos de tecnologia no Brasil, segundo o Cadastro Geral de Empregos (Caged). É sempre válido mencionar que são vários os desafios enfrentados pelas mulheres, tanto pelo entorno como em aspectos comportamentais, por isso a Assespro-PR ACATE tem uma diretoria específica para lidar com esse assunto. Batizada de ‘Mulheres de Tecnologia’, ela é liderada pela Mariana Medeiros Silva, a qual deverá tracionar agendas e ações robustas, parcerias e bons projetos com o intuito de construir as pontes necessárias, facilitações e reforçar a representatividade no setor".

A Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação uniu-se a sua coirmã do Sul, a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), para um acordo inédito que trará benefícios para as duas organizações. A aposta é angariar mais associados, expansão de mercado e, de modo prático, uma estrutura maior que permita uma amplitude de trabalho. 

/Via: Assessoria Tech Girls - Foto: Divulgação


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