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Casos suspeitos de dengue faz atendimentos nas unidades de emergência de Toledo dispararem

Como base de comparação, a média diária de consultas médicas de pacientes adultos n...

12 abr 23 - 23h32 Redação SOT
Casos suspeitos de dengue faz atendimentos nas unidades de emergência de Toledo dispararem

Há algumas semanas a comunidade de Toledo tem sido alertada sobre o risco iminente de uma epidemia de dengue. O alto índice apresentado no Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LirAa) realizado no começo deste mês aponta para uma realidade que já começa a se sentir nos serviços de urgência e emergência gerenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Como base de comparação, a média diária de consultas médicas de pacientes adultos na Unidade de Pronto Atendimento José Ivo Alves da Rocha (UPA/Vila Becker) em março foi de 181,68, 11,41% a mais que a registrada em fevereiro (163,07). No mesmo período, o Pronto Atendimento Municipal Doutor Jorge Nunes (PAM/Mini Hospital) registrou aumento de 14,05%, passando de 157,11 para 179,19 consultas/dia.

Na ala pediátrica da UPA, esse aumento foi ainda maior: 68,21%, saindo de 63,42 para 106,68 consultas diárias, aumento influenciado por viroses respiratórias sazonais. Contudo, o número de crianças de 0 a 12 anos que chegam à unidade com sintomas de dengue cresceu substancialmente nas últimas semanas – nos 11 primeiros dias de abril, a média diária na UPA foi de 172,73 consultas para adultos e 124,09 para crianças; no PAM, este índice foi 179,19/dia.

Este incremento de demanda se deve, entre outros fatores, ao maior número de pessoas que procuram os serviços público e privado de atenção primária à saúde. “Esses números mostram a realidade enfrentada pelas equipes dos prontos-atendimentos de Toledo nos últimos dias. Contudo, nas unidades básicas de saúde (UBS) há também uma sobrecarga, pois muitas delas acabam encaminhando para a UPA ou para o PAM os pacientes que não dão conta de atender”, explica a diretora da Rede de Atenção Primária à Saúde, da Secretaria de Saúde de Toledo (SMS), Tatiane Veiga Rodrigues. “Nesta onda de dengue em 2023, temos notado que os pacientes nos procuram com sintomas mais intensos, o que exige um monitoramento maior por parte dos profissionais das UBS”, observa a secretária interina de Saúde, Raquel Wammes.

Situação epidemiológica - Do início do atual ano epidemiológico (em agosto do ano passado) até a última quinta-feira (6), 76 casos (74 autóctones e 2 importados) já foram confirmados, um aumento de 46,15% em relação à semana anterior (52). Metade destes pacientes que testaram positivo para a dengue estão concentrados em cinco comunidades: Dez de Maio (9), Santa Clara IV (9), Fachini (7), São Luiz do Oeste (7) e Paulista (6).

Estes pacientes estão num grupo de 640 pessoas que procuraram neste período serviços médicos alegando sentir sintomas típicos de dengue (dor de cabeça, febre, manchas avermelhadas pelo corpo, entre outros). Destes, 88 esperam o resultado de exames e 476 receberam resultado negativo.

Dos 640 moradores de Toledo notificados no atual ano epidemiológico, 300 foram consultados em serviços de urgência e emergência entre 12 de março e 9 de abril, 165 foram à UPA e 135 ao PAM. Deste total, metade (89 na UPA e 61 no PAM) procuraram atendimento neste mês, o que mostra um viés de aumento de casos em potencial para os próximos dias.

Comitê - Este cenário alarmante foi o tema principal do encontro do Comitê Municipal Intersetorial de Combate à Dengue, Chikungunya e Zika Vírus de Toledo ocorrido na tarde de terça-feira (11) no Centro Municipal de Controle de Endemias. Na ocasião, representantes dos órgãos públicos, entidades e instituições de ensino que compõem o grupo de trabalho discutiram meios para se encontrar uma solução para o problema.

O vice-presidente do colegiado, o secretário de Meio Ambiente, Júnior Henrique Pinto, foi o primeiro a falar e reforçou a necessidade da união de esforços. “Vivemos um momento complicado e a ajuda de cada um vai ser valiosa. Temos que discutir cenários, planejar ações, mas é chegado o momento de todos ‘arregaçarem as mangas’ e fazerem tudo que está ao alcance”, salienta.

A coordenadora do setor de Controle e Combate às Endemias, Lilian König, disse estar pessimista com o atual quadro epidemiológico. “Nunca vimos um índice de infestação tão alta e um alastramento tão rápido. Vejo que as ações pontuais que sempre fizemos já não são mais o suficiente, pois a fatia da população que está indiferente ao problema só aumenta”, lamenta. “Mesmo com municípios da região, como Foz do Iguaçu, estarem vivendo situações preocupantes, parece que o sofrimento causado pela dengue já não comove mais. E o pior é que todos conhecem os riscos que o Aedes aegypti representa, basta que cada um faça a sua parte” desabafa.

Lilian, que também é secretária do Comitê, também falou das ações de combate ao Aedes aegypti realizadas em parceria com estabelecimentos de ensino, unidades de saúde e demais órgãos públicos, como a campanha “A Visita Certa” e o Ecoponto Itinerante realizado no fim de março no Jardim Fachini. “O mosquito que transmite a dengue se adapta muito facilmente em qualquer ambiente, até dentro de casa. Porém, a maior parte dos criadouros encontrados pelos agentes de combate a endemias nos imóveis advém de lixo doméstico e vasos de plantas”, informa.

A diretora de Vigilância em Saúde, Juliana Beux Konno, observou que o alto número de casos de dengue neste ano epidemiológico a surpreendeu. “Em geral, temos um ano em que a doença vem forte e no seguinte ela é um pouco mais amena. Em 2023, porém, depois de um 2022 com epidemia, o quadro não é nada animador, ainda mais porque boa parte da população parece que perdeu o medo que deveria ter da dengue”, analisa. “Infelizmente, tudo indica que, a cada ano, esta doença será cada vez pior, com mais casos confirmados e maior número de pacientes com quadros agudos. Isto porque ainda não tivemos casos ainda de febre chikungunya, uma doença transmitida pelo Aedes cujos sintomas e sequelas são ainda mais intensos. Há registros desta patologia em municípios próximos e é uma questão de tempo para ela chegar a Toledo”, alerta.

Próximas ações - Os presentes ao encontro do do Comitê Municipal Intersetorial de Combate à Dengue, Chikungunya e Zika Vírus de Toledo receberam a tarefa de pensar e desenvolver uma ação com o objetivo de eliminar criadouros e orientar as pessoas sobre como impedir a reprodução do Aedes aegypti no local onde trabalham. Estas realizações serão apresentadas na próxima reunião, no dia 9 de maio, às 14h.

Em conjunto também foram definidas as datas de duas ações mais extensivas: a limpeza da mata ciliar da Sanga Panambi em seu trecho mais crítico, entre a Rua Carlos Barbosa e Associação de Moradores do Jardim Esplanada, marcado para o próximo dia 29 (sábado), das 8h às 12h; e mais uma edição do Ecoponto Itinerante, neste mesmo horário, mas em 27 de maio (sábado), no Jardim Santa Clara IV.

Autor da proposta que se tornou o programa Agente Mirim de Toledo, instituído pela Lei Nº 2.459/2022, o presidente da Câmara, Dudu Barbosa, falou sobre como esta iniciativa será útil no combate ao Aedes aegypti pelos próximos anos. “Quando este projeto virar realidade, teremos quase 16 mil crianças contribuindo com o trabalho dos agentes de combate a endemias. É um investimento do poder público com retorno garantido, pois permitirá a formação de cidadãos mais conscientes quanto ao assunto”, destaca o vereador, que se comprometeu em buscar, ao lado de seus colegas de Casa, soluções legais para estimular os cidadãos a ajudarem o poder público na tarefa de prevenir a dengue.

Via: Assessoria Município de Toledo - Foto: Divulgação


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