Graduação após os 40: Uma chance de mudar de vida através do estudo

Qual o momento certo de ingressar em uma faculdade? Para alguns, logo ao sair do ensino médio, aos 17 ou 18 anos, mas para tantos outros a oportunidade vem mais tarde, depois dos 40. O número de seniores no ensino superior cresceu 93% nos últimos 12 anos, segundo o Estadão. São pessoas que já possuem uma caminhada profissional e diversas vivências, mas vislumbram melhorar suas condições de vida através do estudo.     

Na FAG, estudantes que se matriculam na faculdade a partir dos 40 anos podem participar de um programa especial de pagamento da mensalidade. O ingressante +40 tem direito a um desconto relativo à sua idade e vale até o final da graduação. Ou seja, o aluno que ingressa com 40 anos, terá 40% de desconto até acabar o curso, aquele que entra com 50 anos, terá 50% de desconto até se formar e assim por diante. Essa é uma forma de oportunizar pessoas, que quando jovens, não tiveram condições de estudar e hoje podem realizar o sonho de se graduar e até mesmo mudar de carreira.

Aluna do 1º período de Gestão Financeira, Tatiane Lawisch, está iniciando a sua primeira graduação aos 44 anos. Nascida em família de agricultores, Tatiane sempre trabalhou na roça desde muito cedo e seguiu esse caminho na vida adulta. No entanto, o sonho de fazer uma graduação sempre esteve presente. Hoje, como caloura da faculdade, ela vive um recomeço. "É bastante desafiador voltar a estudar depois de tanto tempo, já não tenho mais aquela facilidade em aprender, mas tem sido muito bom. Estar em sala de aula faz com que a gente tenha outra visão de mundo, enxergue infinitas possibilidades", destaca. Um dos motivos que traz Tatiane para a FAG é sair da lida do campo, por questões de saúde e se recolocar no mercado de trabalho de forma mais qualificada e com maior qualidade de vida. 

Com 61 anos, de volta aos estudos  - Em 1978, aos 17 anos de idade, Eliseu Langner saiu de Chapecó - SC e veio para Toledo- PR conhecer sua avó Celeste e nunca mais voltou. Aqui iniciou a sua vida profissional como garçom até ser chamado para trabalhar como sonoplasta na Rádio Guaçu permanecendo no ramo radiofônico pelos próximos 20 anos, passando pelas funções de técnico de som, diretor comercial, repórter e apresentador. Assim começa a carreira de Eliseu na comunicação, área em que viria a se formar anos depois, aos 38, quando teve condições financeiras. Em 1994, junto de um parceiro, Eliseu lança o Gazeta de Toledo, jornal que passou por diversas transformações, mas até hoje segue ativo no digital. Hoje, mais de 20 anos depois, o jornalista volta aos estudos, no mesmo lugar que lhe proporcionou sua primeira formação superior.

Para Eliseu, o desconto na mensalidade foi um incentivo para iniciar a sua segunda graduação. Formado em Comunicação Social, pela antiga Fasul e com carreira consagrada no Jornalismo de Toledo, Eliseu, no auge dos seus 61 anos, decide retornar para as cadeiras da faculdade, agora para conquistar a sua formação em Direito. "É um desafio, como se eu tivesse 18 anos de idade novamente, enfrento todos os dias as dificuldades do aprendizado, principalmente de ter o domínio da internet e das ferramentas de comunicação digital", comenta. O que o traz de volta aos estudos não é a intenção de mudar de área, pois encontrou na comunicação a sua verdadeira paixão, mas a vontade de adquirir conhecimento jurídico para lidar com os desafios da profissão de jornalista. "A FAG teve essa brilhante ideia de oportunizar e facilitar os estudos para pessoas mais velhas como eu, para que a gente não fique parado e nunca deixe de aprender e evoluir. Isso demonstra uma visão humana da instituição em desenvolver o cidadão independente da sua idade", finaliza. 

Essas são algumas das muitas histórias que estão sendo escritas nos corredores e salas de aula da FAG Toledo. Aqui, não apenas os jovens recém saídos do ensino médio têm a chance de vislumbrar um futuro próspero, mas qualquer pessoa que sentir o ímpeto de adquirir conhecimento. De acordo com o diretor da FAG Toledo, Ido Bombardelli, tornar o acesso ao ensino superior facilitado para pessoas mais velhas é uma forma de possibilitar a melhoria de vida de diversos indivíduos e famílias. "Muitas pessoas têm vontade de estudar, independente da idade, o que falta às vezes é só um incentivo financeiro e aqui fazemos questão de oferecer e acolher esses estudantes com o melhor que podemos entregar", complementa.