Cascavel

Mudanças na área de transportes são retrocesso e elevarão Custo Brasil, diz Acic

O cenário, que preocupa entidades da área produtiva como a Acic (Associação Comerci...

13 jul 23 - 23h50 Redação SOT
Mudanças na área de transportes são retrocesso e elevarão Custo Brasil, diz Acic

Cerca de 70% de todas as riquezas produzidas no Brasil são transportadas pelo modal rodoviário. Com recentes mudanças que atingem o setor, haverá sério impacto no dia a dia do segmento e risco de elevação do custo logístico no Brasil em até 30%.  Esse cenário, que preocupa entidades da área produtiva como a Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), é consequência de o STF ter tornado inconstitucionais dispositivos da Lei 13.103/15.

Uma das alterações com maior repercussão nas empresas e entre profissionais é a que muda o regime de folgas remuneradas dos motoristas. Com a decisão, em vez de em casa e com a família, os condutores deverão gozar de seu descanso onde estiverem e muitas vezes de forma precária. Essa alteração, por si só, traz inúmeros transtornos ao segmento, que é tão determinante à economia nacional.  No momento, entidades como CNT, Fetranspar e Sintropar aguardam a publicação de acórdão para então adotar medidas em defesa do setor. Acompanhe texto produzido pela Acic e enviado a políticos e a órgãos governamentais:

"Of. nº - Prezado Senhor:

A Acic acompanha de forma especial e faz alerta sobre a gravidade do assunto a seguir. 

Em uma economia global o que se espera de uma sociedade, por meio de suas instâncias legais, governo e setores produtivos, é que exista bom-senso e sinergia para tornar o País competitivo e um ambiente de oportunidades. O Brasil, no entanto, segue na contramão de um processo de modernização tão necessário e as consequências, lamentavelmente, são o retrocesso, o desestímulo à atividade empresarial e empreendedora e a drástica redução de oportunidades aos trabalhadores.

Esse retrocesso está presente, mais uma vez, em recente decisão do Supremo Tribunal Federal ao declarar inconstitucionais dispositivos da Lei 13.103/15 que regem o tempo de espera, o intervalo interjornada e o descanso semanal remunerado. A Lei do Motorista, em vigência desde 2015, impactará negativamente a atividade de transportes no Brasil, atingindo a cadeia e encarecendo custos às empresas e ao consumidor. Com a decisão do STF, o custo logístico, para operações de média e longa distâncias, vai aumentar em 30%.

A elevação de custos será consequência da observação das regras estabelecidas pela nova legislação, com aumento da folha de pagamentos e queda acentuada na produtividade. Um dos argumentos empregados pelo relator da matéria é que haveria a abertura de novas oportunidades de trabalho a motoristas, o que não é realidade, já que a disponibilidade de profissionais para o setor caiu em mais de 22% somente nos últimos nove anos. Atualmente, os caminhões são conduzidos por motoristas com média de idade mais alta e há pouca procura, nos Detrans de todo o País, pela emissão de carteiras para dirigir veículos pesados.

As entidades do setor de transportes observam que a decisão do Supremo não considerou a realidade do setor. A mudança no regime das folgas remuneradas trará impactos inclusive ao convívio social e familiar do motorista. Da forma como essa questão era conduzida até agora, o motorista podia passar seus dias de descanso em casa, com a família. Mas com a alteração que chega eles terão de usufruir do seu descanso na estrada, em regiões longe de casa, distante da família e sem o conforto do seu lar.

Neste momento, as entidades do setor, como a CNT (Confederação Nacional do Transporte), a Fetranspar (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná) e o Sintropar (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Oeste do Paraná) aguardam publicação de acórdão com a decisão final. A partir de então elas tomarão medidas em defesa do setor.

A decisão do STF mexe profundamente com a estrutura de um setor indispensável para o País e a Acic, associação comercial que representa mais de quatro mil empresas, inclusive do setor de transportes, vê essa situação com bastante preocupação. O modal rodoviário é responsável por transportar cerca de 70% de todas as riquezas do País e caso nada seja feito haverá sérias dificuldades às empresas, aos profissionais e à economia. 

Como admitem as entidades do setor, há risco de colapso de empresas e de toda a área de transportes, com prejuízos irreparáveis à economia brasileira. A decisão do STF é um retrocesso a um setor indispensável e cria barreiras imensas ao desenvolvimento e à geração de prosperidade no Brasil.

Via: Assessoria Acic - Foto: Divulgação


Envie sugestões de Pautas, Fotos, Videos, ou Participe do grupo no WhatsApp ou do nosso Canal no Telegram receba as principais notícias do oeste do Paraná em primeira mão! 

CANAL NO WHATSAPP  -  CANAL DO TELEGRAM - GOOGLE NEWS 



Leia Também:
Publicar um comentário:
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.