Você já pensou em ver uma apresentação de dança exibida na fachada de grandes prédios? Essa é a proposta do F60.3, projeto artístico de vídeo que une a dança, o audiovisual e as artes visuais que dialoga com o público sobre transtornos mentais. O título da obra se refere ao código de Classificação Estatística Internacional de Doenças, o CID, do transtorno de Personalidade Borderline (TPB) que é F60.3, um transtorno de saúde mental que costuma causar um padrão de instabilidade comportamental nas relações interpessoais, na autoimagem e nos afetos. A pessoa com síndrome de Borderline, apresenta sintomas como impulsividade, visão distorcida de si e dos outros, medo de abandono ou de ficar sozinho e reações agressivas e intensas.
“O transtorno de personalidade Borderline é um tema de saúde mental muito delicado, muito sensível. E nada mais sensível do que a dança para contar essa história. Eu queria trazer algo poético, que mostrasse um pouco do que é ser Borde, da maneira mais linda possível. Creio que essa forma de passar o assunto, vai deixar o público mais interessado, vai chamar a atenção e o olhar para esse tema. É sempre muito bom quando podemos juntar as manifestações artísticas como discussão de temas que são relevantes para a sociedade”, comentou a realizadora do projeto Kathyn Carvalho.
O start do projeto surgiu através da bailarina Kathyn, que durante a pandemia foi acometida pelo transtorno, e desenvolveu a obra para transpor para o seu corpo sua história neste longo tratamento. De acordo com a bailarina, o próprio transtorno e o tratamento influenciaram o seu dançar, potencializaram ou paralisaram o corpo em algum momento, com o surgimento de tremores e até a perda do equilíbrio. “Logo no começo do meu tratamento, bem no meio da pandemia, quando eu estava passando por crises muito fortes e estava tentando me adaptar aos remédios, veio a ideia de registrar alguns momentos. Comecei então fazendo algumas anotações das minhas sensações, dos meus pensamentos, do meu dia a dia. Nesse momento o que me mantinha era a dança, e aí veio o start de juntar o que eu mais gosto de fazer, com um tema pouco falado”, disse Katlhyn.
E para atingir o maior número possível de público, o espetáculo está em circulação no Paraná, já passou pelos municípios de Londrina e Maringá, e as próximas cidades a receber a exibição são Cascavel, Toledo, Foz de Iguaçu e Curitiba. A obra de vídeodança terá duração de 20 minutos e será exibido de uma forma inovadora, gratuita e democrática, através da Lumibike, uma bicicleta que projeta e funciona com energia solar. Durante o dia ela capta a luz solar e armazena energia em suas baterias e a noite ela “devolve” a luz, projetando as imagens através da técnica vídeo mapping, conhecida como projeção mapeada.
“Essas manifestações artísticas utilizando o espaço público da cidade, uni o público com o tema, de maneira abrangente, quanto mais democrática puder ser nossa formação de plateia acredito que mais cumprimos nosso papel como artistas, de provocar a aproximação desse público com os movimentos culturais e pautas importantes em cada um desses locais em que apresentamos o projeto”, finalizou a bailarina
O F60.3 entra em circulação em seis cidades do Paraná, realizando quatro exibições em cada município. Agora é a hora de Cascavel receber o projeto. A exibição na cidade acontece na fachada do Teatro Municipal Sefrin Filho, na Rua Rio de Janeiro, 905 nos dias 01 e 02 de agosto.
O projeto foi aprovado no Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura, PROFICE da Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Estado do Paraná. O F60.3, conta com o apoio cultural do Campo das Artes, Back Bros, Ave Lola, Jaydin do Édenn e Apoio da Copel.
Serviço:
Cascavel 01 e 02 de agosto (terça e quarta-feira)
Horário: 18h00 e 19h00
Onde: Teatro Municipal Sefrin Filho (Rua Rio de Janeiro, 905)
Toledo 03 e 04 de agosto (quinta e sexta-feira)
Horário: 18h00 e 19h00
Onde: Museu Willy Barth (Rua Guarani, 3843)
Via: A Cena Comunicação - Foto: Divulgação
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