Empresas devem ter bom programa de integridade para atingir objetivos
Mestrando em Direito, Compliance e Instituições pela Univel, Jackson citou os anos de 1970 como o ponto de partida para a criação de uma nova cultura nas empresas norte-americanas
Há coisas que o tempo e as inovações não mudam porque estão na essência da história da civilização. Uma delas é a credibilidade, um ativo fundamental principalmente em uma época de acesso tão fácil aos mais diferentes canais de comunicação e informação. O procurador-geral do município de Medianeira, Jackson Michael Borth Garcia, foi convidado pela Caciopar para falar sobre Posicionamento e suporte da liderança associativista, em reunião do Conselho Deliberativo, em Assis Chateaubriand, e falou sobre o Compliance, sua importância e aplicações práticas.
Mestrando em Direito, Compliance e Instituições pela Univel, Jackson citou os anos de 1970 como o ponto de partida para a criação de uma nova cultura nas empresas norte-americanas. O foco passou a ser a integridade e a apuração de riscos potenciais que, identificados a tempo, podem mitigar problemas sérios à imagem e reputação. Aos poucos, esses conceitos foram assimilados também pelo setor público e então se espalhou para o mundo. No Brasil, o compliance começou a ser difundido com mais força a partir dos grandes escândalos recentes que abalaram governos e a República.
Para dar certo, o compliance precisa ser internalizado, como uma cultura, afirmou Jackson, para acentuar que as empresas precisam contar com um bom programa de integridade para atingir os seus objetivos. Ele lembrou que o Paraná foi um dos primeiros estados da Federação a se integrar às normas, atualmente mais conhecidas e observadas nos mais diferentes ambientes. Para se conectar a essa metodologia, no entanto, deve-se fazer diagnóstico com o mapeamento dos riscos e estabelecer um bom programa para antever e neutralizar situações capazes de trazer danos à reputação.
Não existe um padrão para a adoção de um plano de integridade, já que as realidades são diferentes. Jackson disse aos presidentes das associações comerciais presentes no encontro da Caciopar, em Assis Chateaubriand, que o compliance auxilia na tomada de decisões, contribui para atentar a aspectos que antes não se olhava e a preparar a equipe corretamente para a mudança que virá.
Quanto mais claras forem as normas e regras a serem observadas, mais se fortalece os princípios da empresa, que deve ter foco na confiança. Segundo o procurador, a boa cultura, a exemplo da má, contagia e, por isso, deve ser incentivada e transmitida. Jackson falou também sobre análise de critérios de ativos e passivos, monitoramento e auditoria e da adoção de atitudes em conformidade com leis, estatutos e normas. Isso tudo leva a ganho de reputação, um ativo que, a exemplo da credibilidade, e sem bem gerida, não sofre danos com o teste do tempo.