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Junho Branco: psiquiatra reforça necessidade de prevenir uso de drogas entre os jovens

Lícitas ou ilícitas, todas as substâncias que interferem no organismo merecem atenç...

21 jun 24 - 11h22 Redação SOT
Junho Branco: psiquiatra reforça necessidade de prevenir uso de drogas entre os jovens

A cor branca, frequentemente associada à saúde e à segurança, neste mês de junho simboliza a esperança e a luta contra a escuridão que o uso de drogas pode representar na vida de dependentes e suas famílias. No Brasil, assim como no resto do mundo, o tema ganha destaque durante o Junho Branco, especialmente no Dia Mundial de Combate às Drogas, realizado em 26 de junho.

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), droga é qualquer substância capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento. Com a crescente expansão dos mercados ilícitos, que se tornam cada vez mais ágeis, as campanhas estão focadas no público mais vulnerável, que são adolescentes e jovens.

Segundo a médica psiquiatra Regiane Kunz Bereza, o uso dessas substâncias, lícitas e ilícitas, começa normalmente de forma recreativa, na busca por prazer e alegria, mas pode rapidamente evoluir para uma dependência crônica. 

"Com o passar do tempo, o cérebro desenvolve tolerância, exigindo doses maiores para o mesmo efeito inicial. Mesmo quando as pessoas acreditam que podem manter o uso sob controle, qualquer quantidade pode levar à dependência”, detalha a psiquiatra. 

Impacto familiar e financeiro - Gradativamente, o uso passa a ser necessário para evitar a abstinência, uma crise fisiológica que apresenta sintomas como tremores, ansiedade e irritabilidade. Com o tempo, a droga assume um papel central na vida do usuário, levando ao isolamento social. 

“A pessoa acaba se relacionando apenas com outras que também usam drogas, o que aumenta a segregação social”, explica. 

O impacto financeiro é inevitável, pois o  aumento dos gastos para financiar o uso indiscriminado interfere na vida familiar, que se vê envolvida numa rede de sofrimento coletivo.

"Quando não conseguem mais comprar substância com seu próprio dinheiro, eles roubam de familiares ou vendem coisas que têm em casa para conseguir financiar o uso, principalmente quando a gente fala das drogas ilícitas, cujos custos são mais elevados", destaca a médica.

Problema mundial - Os dados mundiais são alarmantes. Em 2021, cerca de 296 milhões de pessoas usaram drogas, um aumento de 23% em relação à década anterior. Os dados são do Relatório Mundial sobre Drogas divulgado em 2023 pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) por ocasião do Dia Mundial de Combate às Drogas. O relatório apontou, ainda, que 39,5 milhões de pessoas sofrem de transtornos associados ao uso de drogas, um aumento de 45% em dez anos.

“É por isso que todo ano reforçamos a necessidade de prevenir, pois é muito mais eficaz e barato,” ressalta a Dra. Regiane.

Alternativas saudáveis são necessárias - Prevenir significa manter os jovens conscientes para que evitem o primeiro contato com as drogas. "Precisamos disseminar informação de qualidade sobre os prejuízos do uso de substâncias e apresentar alternativas saudáveis de ocupação do tempo, como atividades físicas, dança e artes”, informa a médica. 

Isso é essencial para promover sensações de bem-estar e alegria que dispensem a necessidade de experimentação de drogas.

Tratamento multidisciplinar - Quando a dependência química está instalada, é preciso recorrer a tratamentos multidisciplinares, envolvendo modificações de hábitos de vida e, em casos graves, tratamento hospitalar para gerenciar os sintomas de abstinência.

"A medicação pode ser necessária para tratar comorbidades como depressão e ansiedade;  acompanhamento psicoterápico é indispensável", orienta Regiane. 

Ela cita a importância de grupos de apoio como AA (Alcoólicos Anônimos) e NA (Narcóticos Anônimos) que também desempenham um papel importante na recuperação, promovendo uma mudança de estilo de vida e vínculos positivos e oferecendo apoio emocional aos familiares.

Ambientes como academias, grupos de convivência e igrejas são essenciais para a recuperação, oferecendo apoio emocional e espiritual. 

"É fundamental estimular vínculos positivos, trazendo a pessoa para ambientes livres de drogas e rodeados de pessoas que promovam um estilo de vida saudável", conclui a psiquiatra.

Via: Assessoria Município de Toledo - Foto: Divulgação


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