A Itaipu Binacional propôs, em maior deste ano, junto à Câmara de Mediação e de Conciliação da Administração Pública Federal, um acordo de compra de áreas para assentar os grupos indígenas avá-guarani de Guaíra e Terra Roxa, no Oeste do Paraná, contemplados pela Ação Civil Originária 3.555/DF. A empresa, que não tem poder para desapropriar terras, mas apenas adquirir de proprietários interessados na venda, sugeriu a compra de 1,5 a 3 mil hectares a serem destinados para as novas aldeias.
De acordo com a Itaipu, a quantidade da área não é aleatória, mas definida a partir de pedidos anteriores dos grupos que reivindicam terras. “Usamos como referência documentos do acervo da usina, em que constam cartas de lideranças indígenas indicando o número como o devido pela Itaipu aos povos originários da região do reservatório”, explicou o diretor jurídico da Usina, Luiz Fernando Delazari.
Segundo ele, há um grupo de trabalho na Binacional trabalhando na negociação para que a compra ocorra o mais rápido possível. “O acordo no processo está distante, pois tanto o MPF quanto os representantes dos Indígenas apresentam números superdimensionados e que sequer existem para serem adquiridos na região do lago. Mesmo assim estamos agilizando a compra emergencial de mais ou menos 1,5 mil hectares de propriedades, independente do acordo. Há um grupo de trabalho criado dentro da Itaipu que está a cargo dessa negociação, baseada em uma avaliação com preço absolutamente razoável e de mercado”, destacou. A Itaipu também tem participado ativamente das audiências na Câmara de Conciliação, com os representantes dos grupos indígenas na ACO 3.555, além Ministério Público Federal (MPF), a Advocacia Geral da União, Funai, Incra, dentre outros órgãos.
Antes da aquisição, as partes se reunirão para definir, de forma conjunta, qual extensão será destinada à TI Guasu Okoy Jakutinga e qual extensão será para a TI Guasu Guavira, mediante subsídios da Comissão Guarani Yvyrupá e da Funai. A Itaipu e as comunidades vão estabelecer, em comum acordo, as regras de implantação de infraestrutura nessas áreas, como água potável, energia elétrica, saneamento básico, acesso à saúde e educação diferenciada.
Outras aquisições - Essa não será a primeira compra a ser realizada pela empresa. Ao longo da história, a Binacional já fez duas aquisições, num total de 2.024 hectares, para estabelecimento das aldeias na Reserva Ocoy e Tekoha Añetete, em São Miguel do Iguaçu e Diamante d’Oeste, respectivamente. Ao todo, somada à área comprada pela Funai para a Reserva Itamarã, também em Diamante d’Oeste, já foram destinados 2.264 hectares na região.
A atual gestão da Itaipu Binacional está em consonância com o Governo Federal e reconhece a dívida histórica do País e da própria usina com os povos originários. Em razão disso, mantém apoio constante às aldeias, com ações sociais que somaram, apenas em 2023, aproximadamente R$ 100 milhões além de uma série de outras iniciativas de assistência e de responsabilidade social, como investimentos em saneamento básico, acesso à água potável, construção de moradias, escolas e equipamentos de esporte e lazer, entre outras.
A efeito de comparação, nos últimos 25 anos, de 1997 a 2022, o investimento total, em valor corrigido, somava pouco mais de R$ 39 milhões. Além disso, o diretor-geral, Enio Verri, tem mantido contato com a Casa Civil e com o Ministério das Relações Institucionais, relatando todos os fatos e as ações da Itaipu. “A atual gestão da Itaipu tem feito todos os esforços, assim como o Governo Federal, para solucionar os problemas históricos com o desrespeito a cultura, a identidade, o pertencimento das comunidades indígenas”, reiterou Delazari.
Via: Assessoria Itaipu Binacional - Foto: Emanoela Somavila/Itaipu Binacional
Envie sugestões de Pautas, Fotos, Videos, ou Participe do grupo no WhatsApp ou do nosso Canal no Telegram receba as principais notícias do oeste do Paraná em primeira mão!
CANAL NO WHATSAPP - CANAL DO TELEGRAM - GOOGLE NEWS