Porto tenta reverter no MP decisão sobre espaço físico do CAPS-AD III

O vereador Paulo Porto (PT) encaminhou na semana passada uma denúncia ao Ministério Público do Paraná a respeito de um pedido feito pelo prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) à direção do CAPS-AD III (Centro de Apoio Psicossocial – Álcool e outras Drogas) onde funciona o SIM-PR (Sistema Integrado de Saúde Mental). A ordem do Executivo é que um espaço físico na unidade seja liberado para a instalação da SEMPPRO (Secretaria Municipal sobre Drogas e Proteção da Comunidade), que hoje funciona junto à Defesa Civil.

O SIM-PR é um programa para tratamento e acolhimento de pessoas com problemas decorrentes do uso de álcool e drogas. Instalado no início de 2015 na região norte da cidade, o programa é uma parceria entre Governo do Estado, Prefeitura e Cisop, que atende mais de 3 mil usuários de álcool e outras drogas oriundos de Cascavel e de outros 24 municípios da região.

Os pacientes contam com acompanhamento médico, psicológico, atividades e oficinas para reabilitação e reinserção no mercado de trabalho e na família, além de fornecer acolhimento para os que necessitam. “A estrutura para atendimento já não é suficiente, e dividir com outra secretaria está longe do ideal”, afirma Porto.

O parlamentar questiona principalmente que essa divisão de espaço seja entre a secretaria que abriga a Guarda Municipal e as pessoas atendidas pelo CAPS-AD III e SIM-PR, pois são atividades completamente opostas. “Não podemos permitir que pessoas que estão em tratamento voluntário para deixar o vício em drogas tenham que dividir o espaço com esse símbolo da repressão, que é a Guarda Municipal” afirma o vereador.

Ele defende um espaço adequado para a GM e não um improviso. “Não podemos, para fortalecer um serviço público, comprometer outro”, diz Porto. Concluindo, ele acredita que “acomodar outro serviço junto com o SIM-PR, na atual estrutura física é inviável, já que o espaço que atende o CAPS AD III e o SIM-PR já está comprometido com toda a estrutura para atendimento e acolhimentos dos pacientes”.

O Sim Paraná é mantido pelo Governo Federal com suporte do Estado, porém para manter toda a estrutura funcionando é necessária a ajuda dos 25 municípios de abrangência do serviço. São 47 profissionais, 25 pacientes acolhidos, com uma média de 3 mil atendimentos por mês.