Durante o verão, a atenção à saúde ocular costuma ficar em segundo plano, mesmo diante de intensas exposições ao sol, piscina e praia. Embora seja comum a preocupação com o uso de protetor solar na pele, normalmente os olhos não são incluídos na rotina de cuidados. Quando isso ocorre, geralmente é por estética ou apenas para ajudar a compor um look, muitas vezes sem a preocupação de que realmente estejam protegendo a visão. Essa negligência pode causar irritações, alergias e até complicações mais sérias, como queimaduras oculares e envelhecimento precoce do cristalino, aumentando os riscos de catarata e outras condições severas.
O alerta é da médica oftalmologista Nicole Rommel. Ela reforça que, embora o verão chegue apenas no dia 21 de dezembro no Hemisfério Sul, as altas temperaturas e a maior exposição ao ar já são realidade, o que aumenta os riscos de degeneração macular e de danos na retina, áreas sensíveis que podem sofrer impactos dos raios UV.
"A exposição excessiva ao sol, sem proteção adequada, pode causar queimaduras na conjuntiva interpalpebral, conhecida como a parte branca do olho, e na córnea", destaca Nicole. Por isso, ao se expor ao sol, seja para caminhar no parque ou viajar de férias, além do protetor solar, acessórios que protejam os olhos são fundamentais”, pontua.
Cuidados na hora de escolher seu óculos
Para evitar essas alterações, o uso de óculos de sol com proteção 100% contra raios UVA e UVB é indispensável. É importante verificar se as lentes têm certificação de proteção. Do contrário, o uso dos óculos pode ser ainda mais prejudicial, pois as lentes escuras dilatam a pupila, o que aumenta a entrada de raios UV.
Outro ponto fundamental é a escolha do modelo. Segundo dra. Nicole, nem sempre a cor mais escura da lente garante maior proteção. Além disso, é preciso desconfiar de testes rápidos de luz disponíveis em algumas lojas, pois podem não ser totalmente confiáveis.
“É importante sempre avaliar o custo-benefício e levar em consideração a saúde e o bem-estar dos olhos", aconselha a médica.
De “olho” nos pequenos
Cuidar da saúde ocular das crianças é igualmente essencial. Os olhos dos pequenos são mais sensíveis à radiação UV e, começar a proteção desde cedo, ajuda a formar hábitos que os acompanharão por toda a vida. Por isso, a médica orienta inserir o uso de óculos de sol com certificação UV desde cedo, além dos chapéus e bonés de aba larga para ampliar a proteção.
“Tranquilizar a criança em relação à hidratação ocular com colírio também é importante, explicando que os lubrificantes usados após a piscina ou a exposição ao sol não causam ardência e são essenciais para aliviar o desconforto”, orienta a oftalmologista.
Segundo ela, é preciso ficar atento a sinais como olhos vermelhos, lacrimejamento excessivo ou maior sensibilidade à luz durante este período e, caso esses sintomas persistam mesmo com as medidas preventivas, é importante buscar um oftalmologista.
Além disso, as crianças também devem ser incentivadas a brincar ao ar livre, longe das telas. O uso prolongado de celulares e tablets sob a luz solar aumenta o risco de fotossensibilidade, além de diminuir o número de piscadas, o que pode prejudicar a lubrificação ocular. “As atividades ao ar livre ajudam a reduzir esses riscos, mantendo a saúde ocular em dia e estimulam o desenvolvimento físico e social dos pequenos”, reforça a médica.
No caso de atividades aquáticas, como natação, Nicole recomenda o uso de óculos de mergulho para proteger os olhos do cloro ou da água salgada, evitando irritações. Eles devem ser adequadamente higienizados.
Atenção à fotossensibilidade
E para quem sofre de fotossensibilidade ou fotofobia - que é aquela sensibilidade excessiva à luz, ao ponto de prejudicar as atividades diárias -, a saída segundo a oftalmologista, é recorrer a óculos adequados. Óculos escuros com proteção UV, lentes fotocromáticas (como as lentes transitions) ou lentes coloridas, como amareladas, cinzas e alaranjadas, podem ajudar, segundo ela, a reduzir o desconforto ao melhorar o contraste e diminuir a intensidade da luz.
“Caso a fotossensibilidade esteja associada a outros sintomas, como dor ocular, secreção ou irritação persistente, o ideal é consultar um oftalmologista para investigar se há alguma condição que precise de tratamento”, orienta.
Vale a pena relembrar!
A doutora Nicole reforça que nunca é exagero priorizar a proteção dos olhos durante o ano todo e, mais intensamente, durante o verão. Por isso, vale sempre a dica de evitar exposição em horários de pico - entre 10h e 16h - e de se investir em acessórios como chapéus e bonés, que ajudam a proteger não apenas os olhos, mas também a pele do rosto.
“E para completar os cuidados, adultos e crianças devem incluir na rotina, junto com o protetor solar, o uso de lubrificantes oculares indicados por um oftalmologista, para aliviar irritações causadas pelo cloro ou pela areia”, finaliza a especialista.
Via: Assessoria Nicole Rommel - Foto: Divulgação
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