O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou um precedente histórico ao reconhecer o direito das Testemunhas de Jeová de recusarem transfusões de sangue, com base em suas convicções religiosas. A decisão, tomada em setembro deste ano, tem gerado debates intensos no meio médico e jurídico.
Em um julgamento que considerou dois recursos extraordinários, o STF estabeleceu que adultos capazes podem optar por não receber transfusões, desde que a decisão seja livre e informada. A Corte também permitiu que procedimentos médicos sejam realizados no SUS com métodos alternativos à transfusão, desde que haja viabilidade técnica e científica, e com a concordância da equipe médica.
A advogada especialista em Direito Médico e Saúde, Dra. Daniela Novelli, explica que essa decisão equilibra o direito à vida com a liberdade religiosa, reconhecendo a autonomia individual. "É um grande avanço legal, mas que exige cautela na aplicação", afirma a especialista.
A decisão do STF, embora histórica, não abarca todos os casos. Questões como a capacidade de menores de idade e de pessoas com capacidade mental reduzida para tomarem essa decisão ainda precisam ser melhor definidas. A Dra. Novelli ressalta a importância de estabelecer diretrizes claras para garantir a segurança dos pacientes.
A decisão do STF coloca o Brasil em um cenário de vanguarda na discussão sobre a relação entre saúde, religião e autonomia individual. Ao reconhecer o direito de recusar tratamentos com base em crenças religiosas, o STF abre caminho para debates sobre outros temas complexos que envolvem ética e direitos humanos.
A advogada Daniela Novelli destaca que essa decisão é um marco importante, mas que ainda há muito a ser discutido. "É preciso encontrar um equilíbrio entre os direitos individuais e a saúde pública, garantindo que as decisões tomadas sejam sempre em benefício do paciente", conclui.
Via: SOT/Luiz Felipe Max - Foto: Divulgação/EBC
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