Empresa nos EUA cria lobos parecidos com espécie extinta há 10 mil anos
Segundo especialistas, um lobo-terrível teria mais de 1 metro de altura e até 2 metros de comprimento...

Uma empresa nos Estados Unidos surpreendeu o mundo ao anunciar que recriou em laboratório lobos com características semelhantes às de uma espécie extinta há cerca de 10 mil anos: o lobo-terrível.
Esses animais dominaram o continente americano por milhares de anos. Eles eram grandes, fortes, tinham mandíbulas potentes e conseguiam até caçar presas maiores. No entanto, desapareceram durante a última era do gelo, quando grandes mudanças afetaram os ecossistemas.
Agora, a empresa Colossal Biosciences revelou imagens de dois filhotes recriados. Apesar do nome da espécie, eles parecem inofensivos e se diferenciam de filhotes de cachorro apenas porque nasceram uivando.
Os cientistas criaram três lobos. Dois deles, Rômulo e Remo, nasceram em 1º de outubro de 2024 e têm hoje seis meses. Os nomes são inspirados na lenda dos irmãos que, segundo a mitologia, foram criados por uma loba e fundaram Roma. O terceiro filhote, chamado Khaleesi, nasceu no fim de janeiro, mas imagens dela não foram divulgadas. Os três estão sendo mantidos em um local secreto. O lobo ficou famoso a partir da saga “Game of Thrones”.
Para fazer isso, os pesquisadores usaram DNA retirado de fósseis antigos: um dente de 13 mil anos, encontrado em Ohio, e parte de um crânio de 72 mil anos, achado em Idaho. Com essas informações genéticas, compararam o lobo-terrível com o lobo-cinzento, que é seu parente mais próximo ainda vivo.
A equipe então fez 20 modificações no DNA do lobo-cinzento, para deixá-lo mais parecido com o do lobo extinto. O material genético modificado foi colocado em um óvulo, que depois foi implantado no útero de uma cachorra doméstica. Foi assim que nasceram os filhotes.
Segundo especialistas, um lobo-terrível teria mais de 1 metro de altura e até 2 metros de comprimento — bem maior que um cão da raça Husky ou até mesmo que o lobo-cinzento.
Apesar do entusiasmo da empresa, nem todos concordam que a espécie realmente voltou à vida. O professor Adam Boyko, da Universidade de Cornell, afirmou ao que isso não é desextinção de fato, pois os animais criados não são exatamente lobos-terríveis, apenas se parecem com eles.
Além disso, os resultados do experimento ainda não foram publicados em revistas científicas, nem avaliados por outros pesquisadores. A empresa diz que a técnica pode ajudar a evitar a extinção de espécies ameaçadas no futuro.
Mas, mesmo sendo um grande passo na ciência, alguns especialistas levantam preocupações sobre as consequências éticas e ambientais de trazer de volta espécies que já desapareceram da natureza.