Startup americana quer trazer de volta mamutes, tigres-da-Tasmânia e dodôs usando engenharia genética
Para recriar o animal, os cientistas pretendem usar embriões e filhotes preservados em laboratórios por pesquisadores do passado....
Depois de anunciar a criação de lobos com características semelhantes a uma espécie pré-histórica extinta há cerca de 12 mil anos, a empresa norte-americana Colossal Biosciences revelou planos ainda mais ambiciosos: "desextinguir" outros animais que já habitaram a Terra, como o mamute-lanoso, o tilacino (também conhecido como tigre-da-Tasmânia) e o dodô.
Usando uma combinação de DNA antigo, clonagem e tecnologia de edição genética, a Colossal pretende recriar espécies extintas alterando os genes de animais modernos que ainda vivem no planeta.
O retorno do mamute-lanoso
Entre os projetos mais simbólicos da empresa está o do mamute-lanoso, um animal que viveu durante a Era Glacial e desapareceu há cerca de 4 mil anos. Seu parente mais próximo atualmente é o elefante asiático.
Segundo a Colossal, a ideia não é apenas trazer de volta esse gigante pré-histórico, mas também desenvolver novas técnicas genéticas que possam ajudar na preservação dos elefantes atuais, que estão ameaçados. Os cientistas também esperam aprender mais sobre como os animais se adaptam a climas frios e avançar na chamada edição multiplex do genoma, que permite alterar vários genes ao mesmo tempo.
Kenneth J. Lacovara, paleontólogo e membro do conselho da empresa, explicou no site oficial:
“Quando os perdemos, perdemos os serviços ecossistêmicos que eles forneciam. Ao trazê-los de volta, podemos ajudar a restaurar um mundo desequilibrado por nós, humanos.
Fundada em 2021 pelo empresário Ben Lamm e pelo geneticista George Church, da Universidade de Harvard, a Colossal já arrecadou cerca de R$ 2,5 bilhões para desenvolver seus projetos. A expectativa é que os primeiros bezerros de mamute lanoso nasçam até 2028.
Tigre-da-Tasmânia: um predador perdido
Outro animal que a Colossal pretende ressuscitar é o tilacino, conhecido como tigre-da-Tasmânia, que desapareceu oficialmente em 1936, dois meses após receber status de proteção do governo australiano. A extinção dessa espécie, que era um dos principais predadores da região, provocou desequilíbrios nos ecossistemas locais, segundo a empresa.
Para recriar o animal, os cientistas pretendem usar embriões e filhotes preservados em laboratórios por pesquisadores do passado.
Dodô: o pássaro símbolo da extinção
O dodô, ave que vivia nas Ilhas Maurício, no Oceano Índico, também está na mira da Colossal. Extinto após a chegada dos colonizadores europeus e a introdução de animais que destruíram seus ninhos, o dodô é considerado um dos símbolos da perda de biodiversidade causada pelo ser humano.
Apesar de relatos isolados de possíveis avistamentos até o século XXI, especialistas como David Roberts e Andrew Solow acreditam que o último dodô morreu por volta de 1690.
Para trazê-lo de volta, a Colossal está trabalhando em parceria com a Mauritian Wildlife Foundation, organização local que atua na proteção do meio ambiente. O plano é restaurar o habitat original da ave e, futuramente, reintroduzi-la na natureza.
A empresa norte-americana tem como lema não apenas trazer de volta espécies que desapareceram, mas também usar essas tecnologias para evitar novas extinções e restaurar o equilíbrio ecológico do planeta. No entanto, seus projetos continuam gerando debate na comunidade científica, especialmente quanto às implicações éticas e ambientais de “reviver” animais extintos.