Abril Marrom: tratamento precoce pode evitar a cegueira
Especialistas reforçam a importância de exames de rotina para o diagnóstico de doenças como catarata e glaucoma...
Mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo vivem com alguma deficiência visual ou cegueira, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Somente no continente americano, para cada milhão de habitantes, estima-se que haja 5 mil cegos e 20 mil deficientes visuais. Mais da metade desses casos poderia ter sido evitada ou ainda não foi tratada.
Entre as principais causas da cegueira estão a catarata, que atinge 94 milhões de pessoas ao redor do mundo, e o glaucoma, com 7,7 milhões de pessoas diagnosticadas. Os dados da OMS acendem um alerta para a importância do diagnóstico precoce já que, para a maioria das condições causadoras de cegueira, o tratamento adequado pode prevenir a perda visual.
Catarata
A catarata ocorre quando o cristalino, lente natural responsável pelo foco da luz na retina, perde sua transparência. “A imagem passa pela pupila, pelo cristalino e pela retina, antes de chegar no cérebro, por onde interpretamos a imagem. Quando o cristalino fica opaco, essa imagem não chega até a retina com nitidez”, explica o Dr. Randal Dacome, médico oftalmologista e um dos fundadores do Hospital de Olhos de Cascavel.
Dacome também afirma que, normalmente, essa doença ocular surge com a idade, especialmente a partir dos 60 anos. Contudo, “a catarata também ocorre em crianças, que podem nascer com o cristalino opaco, e em jovens, sendo caracterizada como uma catarata pré-senil ou juvenil”, declara o oftalmologista.
O único tratamento eficaz para a catarata é a cirurgia. O Dr. Randal Dacome explica que, apesar de não ser um procedimento simples, é rápido e realizado com equipamentos sofisticados, permitindo que o paciente recupere sua visão em pouco tempo.
Glaucoma
O Dr. César Shiratori, médico oftalmologista do Hospital de Olhos de Cascavel, afirma que “a cegueira causada pelo glaucoma é irreversível”. A doença atinge o nervo óptico e é caracterizada pela perda de células da retina, responsáveis por enviar impulsos nervosos ao cérebro. Na maioria das vezes, o paciente com glaucoma não apresenta sintomas.
É o exame oftalmológico de rotina que detecta as alterações na estrutura ocular, as quais podem ser controladas com o uso de colírios, cirurgia e laser. “O tratamento nunca é para cura, mas sempre para controle. Você pode viver com uma visão plena, desde que o glaucoma seja diagnosticado a tempo e tratado de forma correta.”, completa a Dra. Letícia Daud, do Hospital de Olhos de Cascavel.
Shiratori ressalta a importância de realizar o exame de rotina anualmente, o que é especialmente relevante para pacientes com mais de 40 anos. “O mais importante é o diagnóstico precoce. Quem tem casos na família também deve dar ainda mais atenção a essa situação, porque o glaucoma tem um componente genético muito significativo”, constata o oftalmologista.
Letícia Daud também dá dicas de hábitos que auxiliam no tratamento do glaucoma. Uma alimentação adequada e equilibrada, assim como a prática constante de exercícios físicos aeróbicos e não muito pesados, são recomendados pela médica. Dentre hábitos que devem ser evitados estão o uso de álcool e o tabagismo.
Exames oftalmológicos
Manter uma rotina de consultas anuais ou semestrais com um oftalmologista é essencial para o tratamento precoce de doenças que podem levar à cegueira. A catarata e o glaucoma são apenas duas das diversas patologias que têm como consequência a perda de visão total. Na maioria dos casos, exames diagnósticos frequentes permitem a prevenção de deficiências visuais graves.