terça-feira, 29 de abril de 2025

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Prédio da Prefeitura de Cascavel recebe projeção: ‘Não existe escola feliz com professores tristes’

A intervenção convida toda a sociedade a refletir sobre a realidade enfrentada diariamente nas salas de aula da Rede Municipal de Educação...

Divulgação

Em alusão ao 28 de abril, Dia Mundial da Educação e também Dia Internacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho, o Sindicato das(os) Professoras(es) da Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel (Siprovel) realizou uma intervenção simbólica na Prefeitura. A ação trouxe uma projeção com a frase "Não existe escola feliz com professores tristes", retomando uma das inquietações de Paulo Freire: “Como ter uma escola alegre com professoras tristes?”

A intervenção convida toda a sociedade a refletir sobre a realidade enfrentada diariamente nas salas de aula da Rede Municipal de Educação: sobrecarga de trabalho, falta de profissionais, defasagem salarial de 22,36%, infraestrutura precária e efeitos crescentes sobre a saúde mental dos(as) professores(as).

Abril Verde: Adoecimento no trabalho em pauta

Abril também é o mês do Abril Verde, campanha que alerta para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. A data de 28 de abril foi instituída pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em memória das vítimas de um acidente em uma mina nos Estados Unidos (1969).

Entre os desafios atuais dos locais de trabalho, destacam-se os transtornos mentais relacionados a ambientes prejudiciais, como ansiedade, depressão e síndrome de burnout — doenças cada vez mais frequentes entre os(as) trabalhadores(as) da educação pública.

Segundo a Confederação Nacional dos(as) Trabalhadores(as) em Educação (CNTE), entidade à qual o Siprovel é filiado, o adoecimento psíquico de professores(as) é uma crise grave, alimentada por gestão autoritária, salas superlotadas, metas abusivas, assédio moral, insegurança nas escolas e falta de estrutura adequada.

Em Cascavel, relatório expõe a dura realidade dos(as) professores(as)

Os dados da pesquisa "Condições de Trabalho Docente na Rede Municipal de Educação de Cascavel", realizada pelo Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), revelam de forma contundente a precarização enfrentada pelos(as) professores(as) municipais. O estudo aponta que 79% dos(as) docentes relatam turmas superlotadas, 49% denunciam a falta de profissionais, e que, embora 65% das salas possuam ar-condicionado, 31% desses equipamentos estão inoperantes. Além disso, 47% dos(as) educadores(as) consideram os espaços destinados à hora-atividade apenas parcialmente adequados. 

O impacto na saúde mental é alarmante: 92% dos(as) professores(as) afirmam que o trabalho prejudica seu bem-estar psicológico, 55% já buscaram apoio psicológico ou psiquiátrico e 60% relataram ter sofrido assédio moral. A pesquisa também reforça a necessidade urgente de políticas de prevenção ao assédio e de promoção ativa da saúde dos(as) profissionais da educação.

A professora e presidenta do Siprovel, Gilsiane Quelin Peiter, enfatiza: "A educação só será prioridade quando for sentida na prática, no cotidiano de quem a constrói. Valorização profissional, condições adequadas de trabalho e políticas públicas comprometidas com a realidade escolar são o caminho para transformar verdadeiramente a educação municipal".

Assessoria Siprovel

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