Trump ameaça impor tarifas de 30% a partir de agosto sobre importações do México e União Europeia
Ex-presidente dos EUA amplia guerra comercial e pressiona parceiros com novas medidas tarifárias, enquanto negociações seguem sem acordo definitivo...
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (12), por meio da rede social Truth Social, que pretende impor uma tarifa de 30% sobre as importações provenientes do México e da União Europeia a partir de 1º de agosto. A medida marca uma nova escalada na guerra comercial liderada por Trump, após semanas de negociações frustradas com os principais parceiros comerciais dos EUA.
As novas tarifas foram comunicadas em cartas separadas à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e à presidente do México, Claudia Sheinbaum. Trump também enviou cartas semelhantes a outros 23 parceiros comerciais, incluindo Canadá, Japão e Brasil. Nessas correspondências, foram propostas tarifas variando entre 20% e 50%, além de uma taxa específica de 50% sobre o cobre.
O prazo dado até 1º de agosto visa pressionar os países a negociarem acordos comerciais que possam reduzir as tarifas ameaçadas. A União Europeia, que buscava um acordo abrangente com os Estados Unidos, viu na medida uma estratégia de negociação agressiva. A carta enviada à UE exigia a eliminação das tarifas europeias e o acesso irrestrito ao mercado europeu, como condição para evitar os aumentos.
Ursula von der Leyen alertou que as tarifas poderiam prejudicar cadeias de suprimento transatlânticas cruciais, afetando negativamente empresas e consumidores dos dois lados. A líder europeia declarou que o bloco continuará buscando um acordo, mas poderá adotar contramedidas proporcionais para defender seus interesses.
O México, maior parceiro comercial dos EUA desde 2023, também foi alvo da medida, com Trump justificando as tarifas com base no combate insuficiente ao narcotráfico e aos cartéis. Apesar disso, os dados oficiais apontam que a fronteira mexicana registra maior apreensão de fentanil do que a canadense — país que recebeu uma tarifa de 35%.
A decisão ocorre em meio ao aumento da arrecadação do governo norte-americano com tarifas alfandegárias, que já ultrapassaram US$ 100 bilhões no atual ano fiscal, segundo o Departamento do Tesouro dos EUA. O México, que envia mais de 80% de suas exportações para os Estados Unidos, pode ser fortemente impactado caso a medida entre em vigor.
Dentro da União Europeia, há divergências: enquanto a Alemanha defende um acordo rápido para proteger sua indústria, países como a França se opõem a aceitar termos impostos unilateralmente pelos EUA. A UE, diante do impasse, já considera um acordo provisório como solução temporária.
Até o momento, nem a presidência do México nem o Ministério da Economia mexicano responderam aos anúncios de Trump.