“Caverão” da Guarda Municipal vira peça de exposição em Cascavel e segue sem uso nas ruas
Veículo blindado foi doado ao município, mas está parado há meses e não há previsão de uso nem para treinamento; moradores questionam custo e utilidade..

O “Caverão” da Guarda Municipal de Cascavel, veículo blindado que deveria reforçar a segurança pública da cidade, virou alvo de críticas por estar há dia estacionado em frente à nova sede da corporação, na Rua da Bandeira, sem qualquer uso prático. A situação tem causado estranheza entre moradores e comerciantes da região, que veem o veículo apenas como uma peça de exibição ao ar livre, enquanto a violência urbana continua sendo uma preocupação constante.
Apesar de todo o aparato e da aparência imponente, o blindado ainda não foi utilizado em nenhuma operação nas ruas, nem mesmo em treinamentos. Segundo a própria Secretaria de Segurança Pública e Proteção à Comunidade, o equipamento é destinado apenas a ações específicas de alta complexidade, como confrontos armados e transporte de material de guerra química. Ou seja, na prática, o veículo segue sem qualquer aplicação real no cotidiano da segurança da cidade.
Embora tenha sido doado ao município, o “Caverão” representa um custo indireto: manutenção, espaço e a expectativa frustrada de que reforçaria a presença da Guarda Municipal em momentos críticos.
A prefeitura informou que “quando houver situações graves de perturbação à ordem pública, o veículo será acionado”. Contudo, surge outro ponto crítico: apenas uma equipe da Guarda Municipal recebeu capacitação para operar o blindado — em dezembro de 2023, por meio de um curso com instrutores do Depen Federal — e, mesmo assim, não há previsão para novas turmas ou atualizações de treinamento.
Até lá, o “Caverão” segue parado — e sem função prática.
Resposta da Prefeitura Municipal de Cascavel - A Secretaria de Segurança Pública e Proteção à Comunidade informa que o veículo tem função específica para determinadas ações, a exemplo de combate à criminalidade em grandes eventos, transporte de tropas especializadas e de armas e equipamentos como material de guerra química. O veículo serve de anteparo para confrontos armados contra armamento de alto impacto. Ou seja, sua utilização é muito específica. A importância é que a força pública esteja preparada para a resposta a ações de alta complexidade, como o que ocorreu no grave ataque em Guarapuava e o novo cangaço. Não existe qualquer impedimento jurídico, financeiro ou técnico para a utilização. O veículo não teve custo, uma vez que foi uma doação. Quando houver situações graves de perturbação à ordem pública será acionado, pois sua função não é para patrulhamento normal e rotineiro.
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