Obra da trincheira do Cascavel Velho só deve sair do papel em 2031

A tão aguardada obra da trincheira no bairro Cascavel Velho, sonho antigo da população da região Sul de Cascavel, ainda deve demorar para sair do papel. Mesmo com o projeto aprovado pelo DNIT e com recursos de R$ 20 milhões já garantidos pelo Governo do Estado, a intervenção, que visa melhorar a mobilidade urbana e reduzir acidentes na BR-277, passou a depender da concessionária EPR, responsável pelo trecho da rodovia desde a retomada da cobrança de pedágio.

Com o novo viaduto ou trincheira, cerca de 65 mil moradores seriam beneficiados diretamente, já que o dispositivo ligaria as ruas Munique e Waldemar Casagrande, separadas pela BR-277, desafogando o trânsito e aumentando a segurança no local. Atualmente, os motoristas enfrentam dificuldades e riscos constantes, especialmente no Trevo do Portal, onde foram registrados 10 acidentes, 13 feridos e uma morte apenas no primeiro semestre deste ano.

Apesar de a empresa reconhecer a importância da obra e de ela constar no contrato de concessão, a previsão de execução está marcada apenas para o sexto ano do contrato, ou seja, 2031. A EPR afirmou, em nota, que mantém diálogo com o Município e a comunidade, e que o projeto está em fase de adequação às exigências da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), o que também pode impactar no prazo.

Segundo a Secretaria de Serviços e Obras Públicas, o Município tenta antecipar a execução utilizando os recursos estaduais, sem depender do cronograma da concessionária. O projeto, que já havia sido aprovado pelo DNIT, precisou ser ajustado para atender aos padrões da nova concessionária, que exige pavimento com maior durabilidade.

A expectativa da Prefeitura é de que, com a anuência da ANTT, a obra possa ser iniciada antes de 2031. A proposta está incluída no Plano de Ação Imediata do Trânsito e no Plano de Mobilidade Urbana de Cascavel. Ainda em 2023, a comunidade local organizou uma mobilização com mais de 5 mil assinaturas para pressionar por agilidade na implantação do viaduto ou trincheira.

Mesmo com o impasse envolvendo os prazos da EPR, a Prefeitura garante que a obra está alinhada com um possível futuro projeto de duplicação da rodovia, e não traria obstáculos para isso. O desafio, agora, é conciliar os interesses da comunidade, do poder público e da concessionária para que a obra aconteça o quanto antes.