26 de julho de 2025

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Paraná

Jovem paranaense denuncia ser forçado a lutar na linha de frente da guerra na Ucrânia

Lucas Felype, de Francisco Beltrão (PR), afirma estar sendo obrigado a atuar como soldado de infantaria, contrariando o acordo inicial de voluntariado técnico com drones.

O jovem paranaense Lucas Felype, natural de Francisco Beltrão, voltou a chamar atenção nesta sexta-feira (25) após publicar uma série de stories nas redes sociais relatando uma grave mudança em sua situação na Ucrânia. Em julho deste ano, Lucas ganhou repercussão ao anunciar sua decisão de deixar o Brasil para atuar como voluntário na guerra entre Ucrânia e Rússia. À época, afirmou que seu objetivo era contribuir com conhecimentos técnicos, especialmente no uso de tecnologia militar e drones. No entanto, segundo seu novo relato, o cenário mudou completamente.

De acordo com Lucas, o que inicialmente foi apresentado como um trabalho técnico voluntário se transformou em uma imposição para atuar diretamente no front de combate. Ele afirma estar sendo forçado a assumir funções de infantaria em regiões de guerra intensa, como Kharkiv, uma das áreas mais bombardeadas pelos ataques russos nas últimas semanas.

Ainda segundo o jovem, a justificativa apresentada pelas autoridades ucranianas seria um “treinamento”, mas ele contesta essa versão. Relata que está sendo armado e levado para zonas de conflito sem seu consentimento e sem o suporte adequado. “Isso nunca foi o combinado”, escreveu. Lucas afirma sentir-se enganado e teme pela própria segurança.

Ao buscar apoio, Lucas afirma que procurou a embaixada brasileira, mas recebeu como resposta que não havia o que ser feito, e que ele deveria resolver diretamente com o exército ucraniano. Sem amparo institucional, declarou que está sozinho em meio à guerra.

Nos vídeos publicados, Lucas também faz um apelo para que outros brasileiros não se envolvam de maneira precipitada em conflitos como esse. Ele afirma que sua intenção com os relatos é deixar tudo registrado, caso algo venha a acontecer com ele.

Lucas chegou à Ucrânia após vender seus pertences no Brasil e reunir cerca de R$ 25 mil, valor utilizado para custear a viagem e a aquisição de equipamentos. Foi aceito na Legião Internacional, grupo formado por estrangeiros que lutam ao lado das forças ucranianas. O acordo inicial previa três meses de treinamento e atuação remunerada em funções técnicas, o que, segundo o brasileiro, não está sendo cumprido.

Até o momento, nem a embaixada brasileira nem autoridades ucranianas emitiram novo posicionamento oficial sobre o caso. Lucas segue lotado em Kharkiv, região que enfrenta uma das fases mais violentas do conflito armado.

Por: SOT/Luiz Felipe Max - Foto: Divulgação/@by_lucasz



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