Polícia Civil do Paraná cumpre 45 mandados contra grupo suspeito de aplicar o golpe do falso consórcio
Entre os mandados judiciais cumpridos nesta manhã estão 12 de prisão e 33 de buscas domiciliares com o apoio das polícias civis daqueles estados.

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) está nas ruas na manhã desta quinta-feira (14) para cumprir 45 ordens judiciais contra um grupo investigado pelo golpe do falso consórcio e que teria movimentado cerca de R$ 500 milhões em transações suspeitas. A ação acontece simultaneamente nos estados do Amazonas, Pará, Alagoas, Ceará, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina.
Entre os mandados judiciais cumpridos nesta manhã estão 12 de prisão e 33 de buscas domiciliares com o apoio das polícias civis daqueles estados. A operação, que está em sua terceira fase, visa desarticular o braço financeiro do esquema criminoso.
A ação é um desdobramento de uma investigação iniciada pela PCPR em janeiro de 2023. Na ocasião, em Curitiba, quatro pessoas foram presas em flagrante e outras 15 foram conduzidas à unidade policial para prestar esclarecimentos. Elas eram suspeitas de participação em um esquema que ofertava a venda facilitada de imóveis e veículos em redes sociais.
Neste esquema, as vítimas eram induzidas a assinar contratos e efetuar pagamentos sem a entrega dos bens. O crime ainda envolvia call centers clandestinos, nos quais colaboradores cooptavam as vítimas.
Após o contato, as vítimas eram convidadas a comparecer ao escritório para assinatura de contratos e realização de pagamentos a fim de adquirir um bem ou de financiar uma compra. “Em algumas situações, a assinatura e os repasses eram intermediados por funcionários treinados que atuavam sob rigorosa orientação, com metas de captação de novos clientes e comissionamentos que giravam em torno de 1% dos valores das operações”, explica o delegado Tiago Dantas, que conduz o inquérito.
A investigação da PCPR apurou que a atuação do grupo se dava por, pelo menos, cinco empresas de fachada, sistemas digitais e grupos de mensagens, se estendendo a diversos estados da federação, com ramificações confirmadas no Paraná, Amazonas, Ceará, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Após um período, encerrava as atividades no local, deixando as vítimas sem contato, dinheiro ou bens prometidos.
Em março de 2024, a PCPR deflagrou a segunda fase da operação nos estados do Amazonas e Tocantins. Na ocasião, cinco pessoas foram presas e celulares, computador e documentos foram apreendidos, permitindo a identificação de um homem e uma mulher, que são os líderes da organização criminosa.
CIDADES NAS QUAIS SÃO CUMPRIDOS OS MANDADOS:
Manaus (AM)
Belém, Santarém e Ananindeua (PA)
Maceió e Marechal Deodoro (AL)
Itabaiana, Lagarto e Aracaju (SE)
Salvador (BA)
Fortaleza e Eusébio (CE)
Belo Horizonte (MG)
São Paulo, Diadema e Campinas (SP)
Florianópolis (SC)