Caso de Peste Negra é confirmado na Califórnia, nos Estados Unidos
As autoridades de saúde suspeitam que a infecção tenha ocorrido durante um acampamento na região

Um caso de peste bubônica, também conhecida como Peste Negra, foi confirmado nesta quinta-feira (21) pelo Departamento de Saúde Pública da Califórnia (CDPH). De acordo com comunicado do Condado de El Dorado, o paciente – que não teve a identidade revelada – está em recuperação sob cuidados médicos.
As autoridades de saúde suspeitam que a infecção tenha ocorrido durante um acampamento na região, por meio da picada de uma pulga infectada. Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), casos da doença ainda podem aparecer em áreas rurais dos Estados Unidos, embora sejam considerados raros.
O que é a Peste Negra?
A doença é causada pela bactéria Yersinia pestis e ficou marcada na história como uma das maiores pandemias já registradas, responsável pela morte de milhões de pessoas no século XIV. Entre 1347 e 1353, estima-se que um terço da população europeia tenha morrido em decorrência da enfermidade.
O nome “Peste Negra” surgiu porque a infecção provoca necrose e escurecimento de partes do corpo, principalmente nas extremidades.
Atualmente, embora ainda sejam registrados alguns casos no mundo, a doença é tratável com antibióticos e o risco de grandes surtos é considerado baixo. No Brasil, não há registros em humanos desde 2005, segundo o Ministério da Saúde.
Quais são os sintomas?
Os sintomas variam conforme a forma da doença:
Peste Bubônica: febre alta, dor de cabeça, dores no corpo, náuseas, vômitos, falta de apetite, cansaço excessivo e alterações cognitivas.
Peste Septicêmica: febre alta, pressão baixa, dor de cabeça intensa, vômitos, confusão mental, pulso acelerado, necrose dos membros e dificuldade para respirar.
Peste Pneumônica: dor no tórax, tosse com sangue, confusão mental e dificuldade respiratória.
Em casos graves, a bactéria pode atingir a corrente sanguínea e causar sepse.
Como ocorre a transmissão?
Os humanos podem se infectar pelo contato com pulgas ou animais que carregam a bactéria, como roedores. Também é possível o contágio pelo contato direto com animais doentes ou gotículas respiratórias de pessoas infectadas.
No caso da Califórnia, a principal hipótese é de que o paciente tenha sido picado por uma pulga infectada durante atividades ao ar livre.
Tratamento e riscos atuais
O tratamento é feito com antibióticos prescritos por médicos, sendo fundamental o diagnóstico precoce para evitar complicações.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 2010 e 2015 foram registrados 3.248 casos no mundo, em regiões onde o saneamento básico é precário.
Apesar da gravidade, especialistas reforçam que a peste está controlada atualmente. “Hoje, além da questão do tratamento, o diagnóstico é rápido, o que diminui muito a mortalidade da doença”, afirma o infectologista Paulo Olzon, da Universidade Federal de São Paulo.