Cascavel não deu trégua: poles, duelos e escaladas de grid na MBR
5ª etapa do campeonato teve grid invertido, ultrapassagens estratégicas e trocas de liderança que mantiveram a disputa acirrada do início ao fim
O sábado (4) começou intenso em Cascavel. Com as chuvas da véspera alterando o cronograma, o dia teve treinos extras para os pilotos se adaptarem ao traçado do Autódromo Zilmar Beux. Na MBR2000, Peter Tubarão (Chevrolet Onix #21, Paioli Racing) marcou 1m17s368 como o mais rápido, enquanto na MBR1.6, Gustavo Magnabosco (VW Gol #63, Sérgio Ferrari Racing) impressionou com 1m15s702.
No classificatório da Corrida 1, Lamartine Pinotti (VW Gol #92, Sérgio Ferrari Racing) garantiu a pole da MBR2000. “Nunca tinha feito uma pole. Isso significa muito para mim. Nossa equipe é de casa e o resultado é a coroação do grande trabalho da equipe e do nosso coach. Espero fazer bons resultados ao longo das inversões para pontuar. Estou em terceiro no campeonato, então estamos com bastante esperança porque o carro está ótimo”, disse.
Na MBR1.6, Magnabosco manteve o ritmo e largará na frente. “Estou muito feliz, a equipe nos entregou um carro muito bom. Agora é obrigatório evoluir mais ainda”, ponderou.
CORRIDAS 1 E 2 – MBR2000 (A/B)
As categorias A e B abriram as baterias do dia com intensidade desde a largada. Na MBR2000A, Lamartine Pinotti transformou a pole em liderança sólida durante boa parte da prova, mas não contava com a ousadia de Henrique Basso, que fez um mergulho cirúrgico na penúltima volta para assumir a ponta e vencer com o Chevrolet Onix #17 da Roger Racing, em dupla com Gustavo Magnabosco.
A vitória veio com emoção dupla: o piloto cruzou a linha de chegada em 20m42s892 e encontrou o filho pequeno o esperando nos boxes. “Ele nasceu quando eu estava correndo em Curvelo (MG), no ano passado, e eu não consegui assistir. Mas agora eu ganhei na primeira prova que ele veio ver”, contou emocionado.
Pinotti terminou em segundo, a apenas 0s416 do vencedor, enquanto Leandro Freitas completou o pódio, em terceiro, a 1s217, dividindo o VW Polo #77 da Sérgio Ferrari Racing com o irmão Wanderson Freitas.
Na MBR2000B, Roberto Bonato, em dupla com Evandro Maldonado (Hyundai HB20 #100, Bonato Racing), foi o mais veloz. “Mudamos bastante o setup do carro para esta etapa de Cascavel e acertamos. Vamos continuar nesse setup, para ver como será na segunda bateria e analisar alguma coisa que possa melhorar ainda mais. Mas já tá ótimo, assim. Fazia um certo tempo que não vinha uma vitória”, disse.
Entre os Seniores, Toninho Spolador (VW Gol #88, SR Team), em dupla com Kadu Silva, foi o destaque do dia. “É muito bom ganhar pela segunda vez aqui em Cascavel. Já tinha vencido na etapa realizada aqui no começo desta temporada, também na corrida de sábado. Tenho vindo em uma crescente, me adaptando melhor”, observou o piloto.
A segunda corrida manteve o ritmo intenso. A inversão de posições dos oito primeiros no grid embaralhou completamente as estratégias e colocou pilotos rápidos para escalar o pelotão desde a largada. Adriano Barbosa (VW Gol #101, Sermman Racing) partiu da pole, com o estreante Edu de Paula (VW Polo #222, Duraline Racing) logo atrás.
Entre ataques e defesas, as posições se alternavam a cada volta. Na tentativa de conquistar a segunda posição, Lamartine Pinotti encostou em De Paula e o tirou da prova; pouco depois, também foi atingido e abandonou a disputa. No meio da confusão, Leandro Freitas aproveitou a janela perfeita para assumir a liderança e não perder mais até a bandeirada.
Depois de largar em sexto e cruzar em primeiro, o piloto da Sérgio Ferrari Racing comemorou o desempenho consistente. “Foi sensacional, o carro estava na mão e deu para fazer uma corrida de progressão constante”, destacou Leandro, que divide o carro com o irmão Wanderson.
Roberto Bonato repetiu a dose do início do dia, garantindo o segundo lugar geral e a vitória na MBR2000B. Empolgado com a sequência positiva, ele fez questão de dedicar o resultado. “Quero agradecer os patrocinadores e dedicar essa vitória para minha esposa Daniele”, afirmou.
Na disputa da categoria Sênior, André Jacob (VW Up #38, Cesinha Competições) levou a melhor, destacando a importância da regularidade em um fim de semana decisivo. “Corro sempre pensando no campeonato como um todo. Tem que administrar a corrida volta a volta, saber se posicionar dentro daquilo que você quer e que pode, justamente para não exagerar, não prejudicar companheiro e também para se defender e se livrar de acidentes”, comentou o piloto, com a serenidade de quem soma anos de experiência no grid.
CORRIDAS 1 E 2 – MBR1.6 (SUPER/ELITE)
Na sequência, as categorias MBR1.6 Super e Elite entraram em cena com uma das provas mais equilibradas do dia. Disputas roda a roda, alternâncias de liderança e quatro carros brigando pelo topo definiram o tom da Corrida 1.
Na Super, Richard Heidrich Jr (Fiat Uno #16, Mig Motorsport) largou em segundo e completou uma prova impecável, cruzando a linha de chegada em primeiro, em 23m15s50. “Estou muito feliz com o desempenho do carro e de toda equipe. Gosto bastante desta pista, onde ando desde 2013”, contou Heidrich. Atrás dele vieram Marcelo Beux/Luciano Tróes (Chevrolet Onix #23, Ferrari Motorsport), a 0s941, e Magnabosco, o pole da classe, 1s208 depois.
Entre os carros da Elite, o veterano Marcos Paioli também brilhou, correndo nesta etapa em dupla com Peter Tubarão no Chevrolet Onix #22 da Paioli Racing. “Estava com que saudade do motorzão 1.6 que vira 8.500 RPM. É divertido. Não que o motor 2.0 também não seja, mas é um carro muito diferente de guiar. Gosto do ronco dele”, contou.
E mostrou fôlego extra para encarar o fim de semana puxado. “Faço umas caminhadas e uma bicicleta, para me preparar, mas quando eu sento aqui no carro, volto aos 15 anos de idade, não tem jeito”, acrescentou Marcos. Depois de Paioli, Felipe Machiavelli (Polo #47, Roger Racing) cruzou a linha de chegada apenas 0s341 atrás. Rafael Futsuki, então líder da MBR1.6 Elite, não completou a prova.
A Corrida 2 manteve o nível lá em cima e entregou um dos melhores duelos da temporada. Richard Heidrich largou na frente e controlou o ritmo durante boa parte da prova, enquanto Eduardo Pavelski (VW Up #21, Sérgio Ferrari Racing) já na largada saltou do quarto para o segundo posto. A batalha se intensificou nas voltas finais: faltando quatro giros, os quatro primeiros — Heidrich, Pavelski, Magnabosco e Mascarenhas — mergulharam juntos na Curva do Bacião, e dali em diante foi impossível piscar.
Em saída da curva, o mineiro Gustavo Mascarenhas (Fiat Argo #87, JW Motorsport) mostrou por que seu retorno à MBR foi tão celebrado. Ele foi de quarto para segundo em uma única manobra, e minutos depois, em mais uma ultrapassagem cirúrgica, assumiu a ponta. Enquanto Heidrich tentava conter o avanço de Mascarenhas, acabou sendo ultrapassado também por Pavelski. Mas a disputa ainda guardava surpresas: na penúltima volta, a suspensão do carro de Mascarenhas quebrou, tirando-o da corrida, e logo depois o carro de Heidrich também apresentou sofreu uma quebra. Pavelski aproveitou o espaço e passou com autoridade pela bandeirada final, garantindo sua primeira vitória na temporada 2025.
“Não existe emoção do que ver a bandeira quadriculada na primeira posição. Fazia um tempo que eu sonhava com ela”, comemorou o vencedor. “Amanhã, largando na primeira posição, é manter esse ritmo, concentrar e olhar para frente, porque se virar para o espelho você se incomoda. É muita gente forte e rápida, se olhar para trás”, completou o piloto da categoria 1.6 Super.
Na Elite, Felipe Machiavelli confirmou a boa fase e levou a melhor. “A construção para conseguir essa vitória foi um pouco complicada. Eu não estava em um ritmo tão bom quanto o Rafael Futsuki. Mas, infelizmente pra ele, ele acabou ficando no caminho. E que vale é chegar e faz parte do campeonato”, comentou o piloto, fechando o sábado com vitória.
O domingo promete manter o ritmo elevado em Cascavel, nas duas últimas corridas de cada categoria, antes da etapa final da temporada. As baterias vão definir posições importantes na classificação geral e podem redesenhar a disputa pelos títulos de 2025.