O bairro de Cascavel Velho, em Cascavel, no Oeste do Paraná, está sendo reurbanizado com apoio do Governo do Estado e da Itaipu Binacional. Esse projeto envolve um Restaurante Popular, custeado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, e um espaço de triagem e processamento de materiais recicláveis, chamado Ecoponto, financiado pela hidrelétrica.
Na inauguração do Restaurante Popular Tiago de Amorim Novaes, nesta quinta-feira (29), o governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou que o Estado tem como meta disponibilizar alimentação adequada e balanceada às populações vulneráveis, auxiliando no combate à insegurança alimentar, e que esse novo espaço será fundamental para auxiliar os cascavelenses mais humildes no pós-pandemia.
“É uma preocupação que temos. O Governo do Estado está muito focado na questão da segurança alimentar, na qualidade do alimento para atender a população mais vulnerável. Estamos construindo 20 restaurantes Comida Boa em várias cidades do Paraná”, afirmou o governador. “É um modelo muito moderno, com R$ 3,00 as pessoas terão acesso a uma refeição boa, de qualidade. O Estado entra com a infraestrutura e o auxílio à agricultura familiar, que vai fornecer os alimentos, e a prefeitura subsidia a refeição”, destacou.
Ratinho Junior destacou outros programas desenvolvidos pelo Estado para a garantia da segurança alimentar e nutricional, como o Cartão Comida Boa, benefício emergencial disponibilizado durante a pandemia à população carente, e a ampliação do Banco de Alimentos da Ceasa. “Montamos uma grande programação em cima da segurança alimentar, para auxiliar as pessoas que mais precisam”, disse. “O Estado que é um dos maiores produtores de alimentos do mundo não pode admitir que tenha pessoas que passem fome”, salientou.
O restaurante de 385 metros quadrados recebeu investimento de cerca de R$ 1,1 milhão, com contrapartida municipal, distribuídos entre a obra estrutural, equipamentos e mobiliários. A intervenção completa engloba área de higienização, armazenamento de utensílios, instalações sanitárias para funcionários e usuários, bilheteria, sala de administração, sala nutricional e espaço com mesas e banquetas para receber 88 pessoas simultaneamente, além de área externa com gramado e estacionamento de bicicletas.
O espaço terá capacidade para servir 400 refeições por dia, ao custo de R$ 3 cada (o custo real da refeição é de R$ 5,40, com subsídio de R$ 2,40 por refeição do município). A unidade Cascavel Velho responde uma demanda antiga da comunidade, que é uma das mais vulneráveis do município, e recebeu o nome do ex-vereador, ex-deputado estadual e ex-radialista Thiago de Amorim Novaes.
CIDADANIA – Segundo o secretário de Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o restaurante popular tem como objetivo final a promoção de cidadania, contribuindo para a política de acesso à alimentação saudável. Além disso, também contribui com o desenvolvimento dos pequenos produtores rurais, que fornecerão os alimentos para as unidades.
“Os restaurantes têm dois efeitos positivos. Um deles é fomentar, fazer prosperar e dar certa segurança de mercado à agricultura familiar. Outro é atender a quem precisa”, afirmou Ortigara. “A porta é aberta para quem quiser comer aqui, mas o objetivo maior é privilegiar as pessoas que têm mais necessidades, pouca renda e não têm condições de comer com qualidade, com refeições que atendam suas necessidades nutricionais”, salientou.
Essa unidade se soma ao Restaurante Popular do Centro e à do bairro Santa Cruz, na região Oeste, ao lado do Estádio Olímpico, que ainda está em obras, com mais de 60% já executada. A previsão é de que também sejam servidas mais 400 refeições por dia nessa unidade. O valor total investido no município foi de R$ 2,1 milhões em obras, equipamentos e utensílios.
De acordo com a Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de Cascavel, a unidade central, onde são preparados os pratos, servia em média 800 refeições por dia antes da pandemia, mas esse número caiu para 400/dia desde março. Com as duas novas estruturas, o município poderá atender até 3 mil refeições/dia. Somente no ano passado foram servidas 188.594 refeições no restaurante localizado no Centro e que existe há quatro anos, quase 15 mil a mais em relação a 2018.
“As refeições já começam a ser servidas nesta unidade a partir de agora e, dentro de 45 dias, vamos inaugurar mais um Restaurante Popular. Eles foram construídos em bairros onde vivem pessoas em situação de vulnerabilidade social, onde está o público mais precisa”, explicou a secretária municipal de Assistência Social, Rosely Vascelai. “Elas terão acesso a uma comida com qualidade, com acompanhamento nutricional e em um espaço confortável e aconchegante”, disse.
ECOPONTO – O governador também participou na inauguração do Ecoponto do bairro Cascavel Velho. Essa é uma unidade de triagem e processamento de materiais recicláveis, contemplada em um convênio da prefeitura de Cascavel com a Itaipu Binacional, que pretende descentralizar as atividades de reciclagem e proporcionar melhores condições aos trabalhadores organizados em cooperativas. O investimento foi de R$ 927 mil, sendo 75% custeado pela usina.
Para o governador, a unidade atua em dois importantes eixos: a preservação ambiental e a garantia de renda para a população. “É uma parceria importante entre a prefeitura e a Itaipu, que custeou a maior parte dos projeto. O Governo do Estado entrou com a parte dos equipamentos e a qualificação do pessoal. São pessoas que já trabalham com a reciclagem de resíduos, colaborando com a limpeza da cidade, mas ainda faltava uma estruturação, para que eles possam ter uma renda e trabalhem em um lugar organizado e com qualificação”, afirmou Ratinho Junior, ressaltando que o Estado tem o objetivo de ampliar a reciclagem e acabar com todos os lixões do Paraná.
COOPERATIVA – O Ecoponto será utilizado por um grupo da Cooperativa Cootacar, que operará no local com 22 cooperados. A unidade receberá o material oriundo da coleta seletiva municipal e também buscado pelos próprios cooperados, que depois será triado, enfardado e comercializado. A renda média dos trabalhadores é de R$ 1,3 mil a R$ 1,4 mil por mês.
“A gente é uma equipe que trabalha sempre unida, para render a produção e o também pagamento. A gente precisava de um espaço próprio porque vivia se mudando, e cada vez que se muda fica sem orientação, meio perdido”, conta Josefa Cordeiro Chagas, coordenadora do Ecoponto de Cascavel Velho.
“Fiquei emocionada quando vim aqui e falei para as minhas companheiras de serviço que temos que dar tudo de nós para conseguir ficar aqui, trabalhar para ter o que precisamos, para sobrar um dinheiro para fazer uma compra boa, comprar nossas coisas”, diz Josefa. “Se a gente tem um sonho, tem que lutar para conseguir realizar”, afirma ela, que trabalha há 20 anos na cooperativa.
O secretário municipal de Meio Ambiente de Cascavel, Wagner Seit Yonegura, explicou que este é o segundo Ecoponto inaugurado. “As unidades estão totalmente equipadas com uma estrutura moderna para dar maior agilidade à produção, consequentemente aumentando a renda dos trabalhadores, o que dá melhores condições e qualidade de vida a eles”, disse.
PROGRAMA – A Itaipu Binacional investe desde 2017 no programa de Unidades de Valorização de Recicláveis (UVR). Projetos similares já foram conveniados com 52 municípios lindeiros ou da área de atuação da estatal. Dentro dessa modalidade, a usina arca com 70% a 90% do valor da obra.
“A Itaipu investe desde o começo da sua história na preservação das condições do entorno do reservatório, o que preserva o seu bem mais precioso para geração de energia. Esses convênios envolvem programas de manejo de água e solo, preservação ambiental, e, mais recentemente, destinação correta dos resíduos”, afirmou Robinson Matte, gerente do Departamento de Interação Regional de Itaipu.
Via: Agência de Noticias do Paraná - Foto: Divulgação
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