“Bolsonaro e Moro são faces perversas de uma mesma moeda”, diz Porto
Para o vereador Paulo Porto (PT), que falou no Grande Expediente da sessão desta segunda-feira (27), o ex-ministro não fez nada mais do que mostrar a sua verdadeira cara...

A entrevista coletiva da última sexta-feira, na qual o ex-juiz Sergio Moro informou a sua saída do governo Bolsonaro, deu início a mais uma disputa e bate-boca nas redes sociais, típicas do atual governo. Para o vereador Paulo Porto (PT), que falou no Grande Expediente da sessão desta segunda-feira (27), o ex-ministro não fez nada mais do que mostrar a sua verdadeira cara. Em muitos momentos os discursos, tanto de Moro quanto de Bolsonaro, permitem algumas conclusões, mesmo que prematuras.
“Fica claro que a ambição do ex-juiz era o STF (Supremo Tribunal Federal) e que Bolsonaro quis negociar a vaga com a troca do comando da Polícia Federal”, afirma o vereador. O controle da instituição é fundamental para evitar investigações aos filhos, e assim não colocar em risco a relação da família com a milícia do Rio de Janeiro.
Prosseguiu Porto em sua fala: “Moro, durante sua coletiva, aponta crimes que Bolsonaro pode ter cometido no exercício da Presidência, e assim revela o crime de prevaricação, já que tem como obrigação fazer a denuncia como Ministro da Justiça. O discurso do ex-juiz comprova, mas uma vez, que nos governos de Lula e Dilma a Polícia Federal tinha independência e autonomia, o que não aconteceu com o ex-ministro Moro e com o Bolsonaro. E o bate-boca mostrou que Bolsonaro não tem, nem nunca teve, condições morais de governar o Brasil”.
“O que se viu na última semana foi típico de gente sem escrúpulos, que só tem compromisso com seus interesses pessoais imorais e nada republicanos. Sergio Moro, com toda sua vaidade, não pediu somente a demissão de seu cargo de ministro, mas criou um cuidadoso ato político visando as eleições de 2022. Sergio Moro, de forma calculista, entendeu que o projeto que ele ajudou a construir de forma criminosa ao prender, sem provas, Lula no início de 2018, às vésperas da eleição. O ex-presidente Lula, em certo momento, afirmou: ‘não esqueçamos que Moro é o criador e Bolsonaro é a criatura’, na tentativa de avisar quem é quem na ordem. O ex-juiz, e agora também ex-ministro, com o pretexto de que Bolsonaro não era o que ele imaginava e que estava decepcionado, abandonou o barco ao perceber que o projeto está, irremediavelmente, naufragando”
“Sergio Moro não podia esperar muito de Bolsonaro. Esperar ética de um homem público que desde sempre exaltou a ditadura, sagacidade política de um deputado que nunca aprovou nenhum projeto em 27 anos de mandato, republicanismo de quem sempre viveu de ‘rachadinhas’ no submundo da política em Brasília, não seria prudente. Moro possui muitos defeitos, mas a burrice não é um deles. Não há dúvidas de que Moro se tornou ministro com o único objetivo de ganhar uma vaga no STF pelos serviços prestados ao então candidato Jair Bolsonaro. Um pacto de criminosos, um clássico toma lá dá cá, sem nenhum compromisso com o povo brasileiro. Simples assim”, conclui Paulo Porto.
Porto ainda analisa que o movimento que o ex-ministro Sergio Moro faz pode estar ligado a um projeto mais amplo. “O que assistimos foi a antecipação das eleições nacionais de 2022, com o inestimável e já tradicional apoio da Rede Globo. Tudo isto em meio à pandemia da Covid-19. Isto é, a crise sanitária e econômica agora divide espaço com a crise política. O que demostra o total descompromisso com o drama do povo brasileiro”, analisa o vereador.
Ainda é cedo para análises definitivas, e cedo para entender como esta mudança impactará a conjuntura política, diz ele. Como a guerra de egos e a desinformação promovida pelo presidente e pelo ex-juiz atingirá o senso comum é difícil avaliar, mas Paulo Porto é categórico ao afirmar que “os dois mentem de forma criminosa para a nação brasileira e a pergunta é: quem seguirá acreditando?”
Mais Lidas
Publicidade