23 de abril de 2025

Cascavel

Fale conosco

Cascavel

Gestores debatem na Câmara suas experiências diante do agravamento da pandemia

O encontro foi conduzido pela Comissão de Saúde e Assistência Social (CSAS) da Câmara, presidida pelo vereador Edson Souza (MDB) e também composta pelos vereadores...

O Plenário da Câmara sediou, na tarde desta segunda-feira (15), uma reunião dos principais gestores de saúde envolvidos no combate à pandemia de covid-19 em Cascavel. O encontro foi conduzido pela Comissão de Saúde e Assistência Social (CSAS) da Câmara, presidida pelo vereador Edson Souza (MDB) e também composta pelos vereadores Cidão da Telepar (PSB) e Sadi Kisiel (PODE). Além dos três parlamentares, a mesa coordenadora também contou com a presença do presidente do Legislativo, Alécio Espínola (PSC).

Vieram ao Legislativo debater a situação: Miroslau Bailak – secretário municipal de Saúde, João Gabriel Avanci – diretor chefe da 10ª Regional de Saúde do governo estadual, Rafael Muniz de Oliveira – diretor geral do Hospital Universitário (HU), Alexandre Weber – reitor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), dr. Lísias Tomé – diretor do Hospital de Retaguarda, José Peixoto da Silva – diretor geral do Consamu e dr. Rodrigo Nicácio – diretor técnico do Consamu.

Os gestores fizeram um relato sobre como estão vivenciando esse momento de crise. O secretário Miroslau Bailak disse que as UPAs estão com sua função desvirtuada, e essa foi a maneira de conseguir atender. “Não deveriam estar intubados na UPA, mas não temos vagas nos hospitais, nem aqui, nem em lugar algum. A UPA Brasília já é UPA-Covid. E na UPA Veneza também pode ocorrer o mesmo. O oxigênio poderia ser um problema por falta de cilindros, e resolvemos isso abrindo pontos de oxigênio”, afirmou ele.

O diretor da 10ª Regional de Saúde, João Gabriel Avanci, disse que “onde era possível abrir leitos, nós abrimos. Rafael Muniz de Oliveira, diretor do HU, acredita que já foi feito muito, “mas estamos no limite, principalmente em se tratando de recursos humanos”. Ele disse que “temos 20 leitos para abrir, porém é pequena a procura de profissionais pelas vagas abertas. Somos parceiros, estamos ajudando e sendo muito ajudados. Porém não é possível avançar se as medidas restritivas não forem ampliadas”.

Para Alexandre Weber, reitor da Unioeste, é “inacreditável a politização de um assunto tão grave. Perdemos amigos, familiares e passou da hora de reverter esse processo. Ninguém gosta de falar isso, mas é preciso fazer o que foi feito em Curitiba. As medidas restritivas são necessárias e atendem a um grito de socorro que vem de profissionais da saúde dentro dos hospitais”.

O diretor do Hospital de Retaguarda, dr. Lísias Tomé, falou das condições de trabalho além do limite. “Onde tem um espaço, coloquei um ponto de oxigênio e um paciente. Temos muito mais gente que a capacidade, porque usamos equipamentos para mais de um paciente. Além da estrutura precária, não tenho como colocar hemodiálise e nossos profissionais ganham pouco. Peço ajuda para que ao menos os salários dos nossos profissionais sejam equiparados aos do HU”, reivindicou ele.

Pelo Consamu, começou falando o seu diretor geral José Peixoto da Silva. “Não vim para lastimar, estamos nessa luta para resolver. Nosso esforço é concentrado para suprir uma demanda que não para de crescer. Mesmo com dificuldade, estamos atendendo as expectativas”, afirmou.

O também médico do Samu e diretor técnico do Consamu, dr. Rodrigo Nicácio, falou da sobrecarga no transporte de pacientes. “Chegamos a ter viaturas detidas, por falta de espaço na rede de internação. A Central de Regulação teve um aumento absurdo. Já tivemos 12 horas de transporte agendadas e levamos pacientes para qualquer lugar onde tenha uma vaga aberta. Porém a equipe está cansada. A oferta de leitos cresceu 25% na Macrorregional Oeste, enquanto a demanda aumentou 150%. Menos de 10% da população adoeceu. Que sejam 30%. Ainda seriam 280 mil passíveis de se contaminar. Onde e como atender? O problema vai se agravar”, disse ele, preocupado.

Ao encerrar o encontro e a troca de experiências, o presidente Alécio Espínola expressou seu agradecimento “aos profissionais de saúde pelo empenho heroico no combate à pandemia. Ouvimos emocionados os depoimentos de cada um e temos a certeza de que o melhor possível está sendo feito”.

Por: SOT/Via: Assessoria de Imprensa/CMC- Foto: Divulgação - Foto:

Tags:



Mais Lidas

Publicidade