Relatório divulgado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, ligado às Nações Unidas, foi debatido nesta sexta-feira (10) em uma sessão temática no Plenário do Senado.
Atitudes ambientalmente conscientes do Brasil foram cobradas por debatedores brasileiros e estrangeiros, como a ativista sueca Greta Thunberg.
Greta Thunberg, de 18 anos, é uma ativista sueca que ganhou fama e inspirou movimentos estudantis na luta contra o aquecimento global e em defesa da natureza. Em 2019, Greta foi eleita personalidade do ano pela revista Time.
"[...] as coisas que os líderes do Brasil estão fazendo agora são completamente vergonhosas. Especialmente à luz da maneira como vem tratando os povos indígenas e a natureza", disse a ativista durante uma sessão temática do Senado Federal sobre os dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU).
O relatório mais recente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas foi divulgado no início do mês de agosto. O documento concluiu que as mudanças climáticas causadas pelos seres humanos são irrefutáveis, irreversíveis e levaram a um aumento de 1,07º na temperatura do planeta.
Greta disse também que o Brasil não começou a crise climática e ecológica, mas que os líderes locais "estão adicionando muito combustível ao incêndio".
"O Brasil, com certeza, não começou essa crise. Mas os seus líderes estão adicionando muito combustível ao incêndio. E só porque os líderes do norte global falharam — e, sim, eles estão falhando — não há desculpa para o Brasil não ter um papel diferente", afirmou.
A ativista afirmou também que estudos apontam que, em partes da Amazônia, o volume de carbono absorvido é menor do que o emitido, devido a incêndios florestais iniciados por humanos e desmatamentos legais e ilegais, e que a ação do governo brasileiro com relação a esta situação é de apenas assistir e, até mesmo, alimentar o que está acontecendo.
"E isso está acontecendo com vocês assistindo. Na verdade, está sendo diretamente alimentado pelo governo de vocês. Mas o mundo não pode pagar o preço de perder a Amazônia. Se nós perdermos a Amazônia, provavelmente iremos perder todas as possibilidades de alcançar o Acordo de Paris. E isso seria uma sentença de morte para incontáveis pessoas e incontáveis partes do mundo, não menos importante, no Brasil", afirmou.
Via: Redação/Agência Senado/G1 - Foto: Divulgação
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