Depois de polêmica, Quadri cancela contrato emergencial de publicidade
O anuncio do prefeito foi divulgado nesta sexta-feirta (05), pela manhã...
Parece ter chegado ao fim, pelo menos momentaneamente, o romance entre prefeito de Capitão Leônidas Marques, Cláudio Quadri, e os veículos de comunicação da cidade. Tudo por conta do cancelamento de um contrato emergencial que ele tinha assinado para pagar por inserções de publicidade das ações da Prefeitura. O contrato tinha valor de R$ 90 mil. O dinheiro seria utilizado, preferencialmente, para divulgar campanhas de conscientização sobre o coronavírus.
Desde que se tornou público, o contrato vinha gerando polêmica entre a população e o dinheiro nem chegou a ser utilizado. “Me senti o pior homem do mundo. Publicaram esse contrato como se eu estivesse desviando recursos”, argumentou o prefeito. “Eu preciso da agência de publicidade, senão não consigo fazer as coisas que tenho que tocar aqui. A sociedade tem que entender que, no cargo de prefeito, eu preciso me comunicar com a comunidade”, justificou.
Desde abril Quadri vem utilizando um espaço diário nas emissoras locais para falar das ações de enfrentamento do coronavírus. O assunto é transmitido ao vivo, através das famosas lives, aquelas aparições feitas com aparelhos de telefone celular. O conteúdo chegava a ter duração de até 20 minutos, porém o assunto foi se tornando cansativo e, mesmo com certa audiência, com o passar dos dias, provocou desgaste junto à comunidade. O Jornal ABC não conseguiu informações na prefeitura para saber se aquele conteúdo que vinha sendo publicado, era feito por meio de pagamento ou se era cortesia para a prefeitura.
No mesmo dia em que o prefeito anunciou o cancelamento, a direção da rádio comunitária local informou que, temporariamente, deixará de falar das ações do Município. Essa decisão, segundo a própria emissora, é válida por tempo indeterminado. Em conteúdo eletrônico que circulou no Facebook, a direção da rádio afirma que continuará informando a comunidade sobre os fatos locais, porém deixará de publicar os boletins tanto da prefeitura, quanto da câmara de vereadores.
Logo depois da publicação da matéria no site da rádio apareceram comentários. Um dos internautas escreveu: “Notícia ruim não precisa divulgar”. Outra internauta escreveu: “Se estava tudo certo não tinha motivo para cancelar”. Uma, exaltada, disse: “Tá parecendo que a culpa do cancelamento é do pessoal que fez a denúncia, ahhhh dá licença”. Quem conhece a situação local sabe que o assunto da pandemia já estava bastante surrado e talvez as críticas tenham surgido em função desse desgaste gerado pela própria situação.
O que pouca gente sabe é que aquele contrato se tratava de uma exceção. É que a publicidade oficial precisa seguir um rito legal que passa por um processo de licitação. Em Capitão Leônidas Marques, a licitação que permitia o pagamento de inserções de mídia terminou em julho do ano passado. Desde então o Município vem protelando o assunto junto aos veículos de comunicação enquanto aguarda que a equipe de licitações conclua uma nova licitação. O resultado dessa situação é um problema que se arrasta a passos lentos. Até hoje, quase um ano depois, a licitação não foi concluída. Por mais boa vontade que as emissoras tivessem, há um ponto em comum que determina o que se pode chamar de limite e esse limite parece ter sido atingido. Cláudio, entretanto, tentou furar esse bloqueio, só que a bola bateu na trave.