Os oito meses que a paranaense Vitória Carolina Krueger, a Vicka, 24 anos, fez de intercâmbio em Dublin em 2018 foram decisivos para que ela optasse de vez pela carreira musical. Com o diploma de engenheira civil debaixo do braço, ela deixou Cascavel (PR), sua cidade natal, para perceber lá na capital da Irlanda que seu coração batia mais forte pelas artes e não pela área de exatas. Tocando em bares e nas ruas da região do Temple Bar, ela sentiu na pele como era se apresentar para estranhos cantando composições próprias em uma língua que os irlandeses não entendiam. “Mesmo assim, eles compravam meus discos dizendo que queriam ouvir a minha voz em casa”, conta ela, que também cantava em inglês canções de Ed Sheeran e Jessie J.
Nascida e criada em Cascavel, Vicka começou a cantar aos 12 anos incentivada pelos pais. A primeira música que aprendeu a tocar foi Chalana, que ficou famosa nas vozes de Almir Sater e Sérgio Reis. Mais ou menos nessa época, participou de um concurso musical em um rodeio tradicionalista gaúcho interpretando a clássica Vento Negro. “Foi a primeira vez que fui julgada musicalmente. Fiquei em terceiro lugar e aquilo me incentivou ainda mais”, lembra. Aos 14, criou coragem e disse para o pai que queria tocar em um barzinho. O local escolhido foi um bar do amigo da família e ela ganhou seu primeiro cachê: 50 reais. Nos anos seguintes fez parte de bandas de rock e se apresentou com frequência nos bares da cidade, mas o sonho de ser cantora ainda não estava em seus planos até viajar para Dublin.
De volta ao Brasil, Vicka estava decidida a ser cantora profissional. Criou coragem e se inscreveu em um workshop promovido pelo produtor musical Rick Bonadio em São Paulo. “Foi a primeira vez que fui para São Paulo”, lembra ela. Rick gostou do portfólio da artista, que já tinha lançado em 2018 de maneira independente o álbum Concreto e a contratou em setembro do ano passado. “Escolhi esse nome porque era a concretização do meu sonho de ser cantora e também porque o concreto foi uma das disciplinas que mais estudei na faculdade”, disse. Tudo estava indo muito bem com a mudança de Vicka para a capital paulista, quando a pandemia de coronavírus estourou e ela teve de voltar para o Paraná. E o que parecia ser um passo para trás no começo da carreira foi, na verdade, uma inesperada chance de despontar.
“Saio muito pouco de casa por causa da quarentena. A pandemia faz a gente rever nossas prioridades, por isso escrevi a música Pausa“, explicou. Na singela letra, ela canta “No fim tudo volta ao seu lugar / Talvez seja hora pra pensar / Nem tudo se pode controlar / O que será que o mundo tem a falar?“. Vicka gravou as vozes em casa e mandou para o estúdio de Bonadio em São Paulo, onde foram feitas as mixagens. A música viralizou nas redes sociais e as duas versões da composição (a amadora e a oficial) já somam quase um milhão de visualizações no YouTube.
Antes da pandemia, em São Paulo, Vicka gravou também três singles, Tolo (música do cantor De Maria), Ela é Dela e A Canção Mais Bonita, todos com letras bem comportadas em que ela segue uma nova tendência da música brasileira, o pop good vibes, que tem entre seus representantes Melim, Kell Smith, Anavitória, Lagum e Vitor Kley. “Minhas músicas refletem meu estado de espírito”, diz ela. “Me identifico com esse movimento. As pessoas estão interessadas em música com conteúdo. A arte é um refúgio.”
Via: Revista Veja - Foto: Divulgação
Envie sugestões de Pautas, Fotos, Videos, ou Participe do grupo no WhatsApp ou do nosso Canal no Telegram receba as principais notícias do oeste do Paraná em primeira mão!
CANAL NO WHATSAPP - CANAL DO TELEGRAM - GOOGLE NEWS