LIRAa: Com alto risco de infestação, Saúde convoca população a intensificar combate à dengue
Cascavel apresenta 4,3% de índice geral, enquanto o preconizado pelo Ministério da Saúde é de 1%...

O risco de Cascavel ter uma epidemia de dengue no futuro e repetir o cenário dramático do último ano é real. Isso porque conforme o resultado do 2º LIRAa (Levantamento de Índice Rápido e Amostral) do ano, o Município está com índice de 4,3% de infestação da dengue, enquanto o preconizado pelo Ministério da Saúde é de 1%.
Com esse panorama, Cascavel agora está em alto risco, algo extremamente preocupante e que acende o alerta para que a população intensifique os cuidados no combate ao mosquito. O levantamento foi realizado em 4.772 imóveis, em todas as regiões da cidade, durante três dias. Os dados foram apresentados durante coletiva nesta quinta-feira (16), na Prefeitura.
O secretário de Saúde, doutor Miroslau Bailak, reforça que as condições climáticas, com chuvas frequentes e altas temperaturas, têm sido o cenário favorável à proliferação do mosquito, o que reforça a necessidade da faxina semanal nas residências e comércios, eliminando qualquer item que possa acumular água e que pode se tornar um criadouro da dengue. “Estamos em um momento de mais de 100% dos indicadores de presença dos criadouros de mosquito. Isso é péssimo. Tenho chamado a atenção da população que Cascavel é uma ilha e nós estamos cercados de dengue por todos os lados. Podemos ter 700 a 800 casos daqui umas duas semanas, se continuar o desleixo de uma grande parcela da população. Nós precisamos da ajuda de cada um para nos livrarmos de uma vez por toda. A dengue é uma doença que mata. Então, vamos tomar cuidado com a dengue e com a chikungunya, já que o mosquito transmite as duas doenças”, pontua Bailak.
Atualmente, Cascavel tem 28 casos confirmados de dengue e mais de 3,2 mil notificações. Conforme os dados do LIRAa, apesar do índice geral ser de 4,3%, há regiões da cidade que o número é ainda maior. As regiões do Centro, Palmeiras, Alto Alegre, Santo Onofre, Santa Cruz, FAG, Treviso e Paulo Godoy tiveram o maior índice de toda a cidade, com 8,8%. Além disso, nenhum bairro apresentou índice menor que 1%, considerado baixo risco. Ou seja, toda a cidade está em alerta.
Segundo a Secretaria de Saúde, o momento é de mobilizar toda a família para fazer a limpeza com água e sabão de todos os depósitos fixos, bebedouros de animais, vasos plantas, eliminando qualquer ovo ali depositado, realizar o descarte adequado de todos os lixos orgânicos e recicláveis, evitando que se tornem possíveis focos do mosquito.
“O combate à Dengue é dever de todos”, e a responsabilidade nos cuidados deve ser compartilhado entre a comunidade e o setor público.
CAÇAMBAS - Com os dados consolidados do LIRAa, o Município já alinha as próximas ações de combate ao mosquito. A primeira delas será instalar as caçambas no bairro Santo Onofre, já na próxima semana. O objetivo é que a população possa destinar lixo de pequeno volume e retirar os entulhos dos quintais, locais que podem ser foco do mosquito.
Com essa ação, o Município já recolheu 76 toneladas de lixo dos bairros XIV de Novembro, Interlagos e Esmeralda. O que surtiu efeito, uma vez que os índices nessas regiões recuaram.
MEDIDA DRÁSTICA - Se mais casos de dengue forem confirmados, toda a cidade sofre. Os pacientes com os sintomas, o sistema de saúde fica abarrotado e a vizinhança com a ameaça de mais pessoas ficarem doentes. É uma cadeia de sofrimento que pode ser evitada apenas com cuidados simples como manter o quintal limpo.
O secretário de saúde, doutor Miroslau Bailak, disse que ações mais enérgicas já estão sendo cogitadas. “Infelizmente, eu sempre fui contra, mas nesse momento eu estou defendendo que a gente tenha que aplicar a multa, porque a gente tem percebido que os nossos agentes vão nos locais, encontram o criadouro, e depois voltam uma semana depois, e tem mais criadouro que tinha antes, sou contra a multa mas neste momento é necessário”, finaliza.
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