Pesquisa aponta redução de 1,67% no valor da cesta básica no oeste do Paraná
A pesquisa apontou que dos 13 itens que compõem a cesta básica, a banana (8,29%) e o açúcar (6,84%) foram os que apresentaram aumento nos valores...
Uma pesquisa divulgada pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), em parceria com a Prefeitura de Toledo, apontou uma redução de 1,67% no valor praticado na cesta básica individual na cidade de Toledo, no mês de março. O valor passou de R$ 597,40 em fevereiro para R$ 587,44 no último mês.
De acordo com a pesquisa, essa é a quarta vez consecutiva que se verifica queda nos valores da cesta básica, o que significa uma redução acumulada de 3,22% em 2023. A redução nos preços dos alimentos é positiva, principalmente para a população de baixa renda, que é a mais afetada pelo aumento da inflação no grupo de alimentos.
A pesquisa apontou que dos 13 itens que compõem a cesta básica, a banana (8,29%) e o açúcar (6,84%) foram os que apresentaram aumento nos valores, enquanto outros nove itens apresentaram queda e um item manteve-se estável. As maiores quedas foram registradas na batata (-12,61%), no tomate (-9,15%), e no óleo de soja (-5,96%). Segundo os pesquisadores, a redução nos valores da batata e do tomate representaram o maior impacto na redução dos preços.
Nos últimos 12 meses, a pesquisa apontou uma queda acumulada de 8,61% nos custos da cesta básica de alimentos. O valor praticado em abril de 2022 era de R$ 642,80 e passou para R$587,44 em março de 2023. Alguns produtos apresentaram aumento de preços, como a banana (14,29%), a farinha de trigo (12,21%), o arroz (9,20%), o pão francês (7,72%), o leite (3,68%), e a margarina (3,58%). Já sete produtos apresentaram variação acumulada negativa, como o tomate (-46,76%), a batata (-32,70%), o óleo de soja (-24,56%), o feijão (-10,46%), o café (-9,86%), o açúcar (-5,22%) e a carne (-2,22%).
A pesquisa ainda apontou que o valor do salário-mínimo necessário para o trabalhador arcar com todas as suas despesas domiciliares mensais deveria ser de R$ 4.934,11, valor 3,79 vezes superior ao piso nacional vigente (R$ 1302,00). O salário-mínimo nacional necessário seria de R$ 6.571,52.
Comparando com outras cidades, a pesquisa verificou que a cesta básica em Toledo foi maior que em Recife (PE), Pato Branco (PR), Francisco Beltrão (PR) e Dois Vizinhos (PR). Nas outras sete cidades pesquisadas, os preços foram superiores aos praticados em Toledo. A cidade de Cascavel apresentou uma diferença de 3,69% em relação a Toledo, com um valor de R$ 609,12.
No entanto, a pesquisa indica que a redução nos preços da cesta básica pode estar relacionada à diminuição da demanda causada pela pandemia da COVID-19. Com a crise sanitária, muitas pessoas perderam seus empregos ou tiveram sua renda reduzida, o que pode ter levado a uma diminuição no consumo de alimentos.
Além disso, a pesquisa aponta que a redução nos preços dos alimentos pode estar ligada à queda no preço dos combustíveis e dos grãos, que impactam diretamente na produção e distribuição de alimentos. O preço do petróleo e do milho, por exemplo, apresentou queda nos últimos meses, o que pode ter influenciado no preço final dos alimentos.
Apesar das quedas nos preços da cesta básica em Toledo, o valor ainda é considerado alto para muitas famílias de baixa renda. De acordo com a pesquisa, o salário mínimo necessário para arcar com todas as despesas mensais de uma família de quatro pessoas deveria ser quase cinco vezes maior que o salário mínimo atual. Isso mostra que ainda há um longo caminho a percorrer para garantir a segurança alimentar e a qualidade de vida para toda a população.
A pesquisa realizada pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional da Unioeste em parceria com a Prefeitura de Toledo é importante para entendermos as variações nos preços dos alimentos e seus impactos na vida das pessoas. A partir dos resultados obtidos, é possível tomar medidas para garantir a segurança alimentar da população, como políticas públicas que estimulem a produção e distribuição de alimentos a preços acessíveis, além de incentivos para a geração de empregos e renda.