Fundado em 1973, o Autódromo Internacional Zilmar Beux de Cascavel tem histórias e lendas em que pilotos, corpo técnico, e dirigentes atuais do Moto1000GP foram personagens protagonistas e que são lembradas a propósito da quarta etapa do Campeonato Brasileiro de Motovelocidade que volta a Cascavel (PR) em 26 e 27 de agosto.
Contada pelo diretor de prova Marcus Tucano, a primeira delas também se refere à baixa temperatura na cidade no inverno. “Foi frio de congelar torre de direção de prova”, assim define hoje com bom humor o diretor de prova Marcus Tucano ao lembrar do gelo na Torre de Cronometragem na Direção de Prova numa corrida no inverno.
“A torre era na hoje reta oposta. Muito alta, estrutura de ferro e madeira, porém estreita, em torno de 9m², com aberturas no teto”, explica. “Havia chovido muito na noite anterior e a temperatura havia caído forte pela manhã. Os encaixes onde instalávamos as bandeiras estavam cheios de gelo, não era possível colocar os mastros. Ventava muito e a torre balançou o dia inteiro. Estava muito frio, não tinha café, nem chimarrão que esquentasse”, compara Tucano.
Sete vezes campeão brasileiro deixou pedaço do dedo em Cascavel
Gilson Scudeler deixou um pedaço de si em Cascavel quando se preparava para deixar as pistas em 2008. Ele tinha a política de levar pilotos para os treinos extras na semana anterior à prova. “No treino de sábado eu caí na antiga na curva da vitória, que determinou perda de parte do dedo mindinho da mão esquerda, tentamos a implantação que no final não deu certo”, conta Scudeler. Foi realizada uma sutura e, mesmo ainda em recuperação, ele ganhou as duas corridas que disputou.
“Foram as corridas mais difíceis da minha vida, por conta da dor, da falta da parte do dedo, do sangramento que a ponta do dedo tinha porque ainda não havia cicatrizado. Fui ficando para trás na primeira bateria, mas recuperei e venci, venci também a segunda bateria. É uma grande recordação da Cascavel, mesmo tendo deixado ali parte do meu dedo, é uma recordação muito interessante e inusitada do que poderia acontecer com um piloto de motovelocidade”, avalia Gilson.
Erro na troca de marcha na curva da vitória explode motor de Gilson Romani
O hoje diretor adjunto de provas Gilson Romani não teve uma estreia “muito boa” na pista cascavelense, que tem basicamente curvas à esquerda. Habituado com o câmbio normal, que para passar a marcha tem que colocar o pé por baixo do pedal esquerdo, mas como a moto estava sempre curva para a esquerda, o pé arrastava no chão. Aí, ele sentiu necessidade de inverter o câmbio da moto, por cima do pedal.
Romani vinha bem nos treinos livres, mas no classificatório errou a marcha na saída da antiga Curva da Vitória. “Eu fazia em terceira e ao mudar para a quarta coloquei segunda. O motor explodiu, igual cenas da Fórmula 1 quando quebra o motor, com aquela fumaça branca que fica atrás”, explica ele. Já em sua segunda prova no circuito, Romani tem boas recordações. “Fiz a pole, a melhor volta da corrida e dei volta até no quarto colocado. Eu nunca tinha feito isso. Nessa corrida eu tive um desempenho extraordinário, acho que por gostar demais do circuito e estar me divertindo ali a cada volta”, completa Romani.
Via: SOT/Moto 1000GP - Foto: Arquivo SOT
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