Dois PMs são agredidos por manifestantes do MST na PR-170 em Guarapuava
Os relatos indicam que eles foram arrastados pelo pescoço e retirados do meio da pista, ficando à mercê dos membros do MST.
Na manhã desta quinta-feira (19), dois Policiais Militares foram agredidos por manifestantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) à beira da rodovia PR-170 em Guarapuava.
Os manifestantes realizaram um bloqueio na rodovia, que perdurou por cerca de três horas, desobedecendo as ordens da Polícia Militar. Os servidores públicos estavam de posse de uma Liminar de Interdito Proibitório emitida pela 1ª Vara da Fazenda Pública de Guarapuava, que proibia o bloqueio da via.
Durante as negociações, os policiais rodoviários estaduais, vinculados ao 16º Batalhão da Polícia Militar, foram agredidos pelos manifestantes e mantidos como reféns. Os relatos indicam que eles foram arrastados pelo pescoço e retirados do meio da pista, ficando à mercê dos membros do MST.
Com o agravamento da situação, os PMs foram libertados algum tempo depois e encontram-se bem. Os manifestantes recuaram e se dispersaram nas proximidades, abandonando a barricada. A Polícia Militar reforçou o efetivo no local e está empenhada em localizar os manifestantes agressores.
O propósito do Movimento é pressionar o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do Paraná) por respostas em relação à Reforma Agrária na região.
A Polícia Militar divulgou uma nota a respeito do incidente: Informamos que, em 19 de outubro de 2023, após a nova interdição da rodovia PR-170, próximo ao km 390, por membros do Movimento Sem Terra (MST), uma equipe policial se dirigiu ao local e solicitou pacificamente que os manifestantes liberassem a via, que é a única estrada de acesso à cidade vizinha de União da Vitória. Os manifestantes foram informados de que havia uma Liminar de Interdito Proibitório emitida pela 1ª Vara da Fazenda Pública de Guarapuava, proibindo o bloqueio da via.
Em um momento posterior, como pode ser visto em vídeos que circulam pelas redes sociais, os manifestantes usaram da força e agressão para remover a equipe policial do local.
Os policiais envolvidos na ocorrência estão bem, nenhum deles foi feito refém e já retornaram à sede do 16° BPM. No momento, a via não está bloqueada, mas os manifestantes continuam no local.
Nota do Incra: Sobre a manifestação na rodovia PR-170 entre Guarapuava/PR e Pinhão/PR, o Incra/PR tem a esclarecer que desde o início do ano mantém intenso diálogo com os movimentos sociais, recepcionando as suas pautas e fazendo os devidos encaminhamentos. Em Pinhão, há áreas de conflitos muito antigos - de 20 até 40 anos.
Nesta sexta-feira (20/10), às 13 horas, será realizada uma reunião no Incra em Guarapuava/PR, no Projeto de Assentamento Nova Geração, com a participação de representante da direção do Incra (Brasília/DF), da Câmara de Conciliação Agrária (de Brasília/DF e Curitiba/PR) e servidores da autarquia no estado para firmar entendimento e esclarecimentos sobre as pautas com os trabalhadores rurais sem terra. Assim, espera-que as mobilizações estejam suspensas até essa agenda de amanhã.
Nota do MST-PR - É falsa a informação que circula em redes sociais de que o MST teria feito policiais reféns na manhã desta quinta-feira (19), em Guarapuava (PR).
Cerca de 300 camponesas e camponeses Sem Terra bloqueavam parcialmente a PR 170, em Guarapuava, para cobrar uma resposta do INCRA-PR sobre a regularização fundiária de 14 comunidades da Reforma Agrária e de posseiros da região.
As comunidades estão localizadas nos municípios de Inácio Martins, Pinhão, Reserva do Iguaçu e Guarapuava, em 75 mil hectares de terras griladas por grandes proprietários. Cerca de 2 mil famílias camponesas vivem nas comunidades, algumas há mais de 30 anos, à espera da formalização dos assentamentos.
Os trancamentos começaram a ocorrer na tarde desta quarta-feira (18), com liberação do tráfego a cada 30 minutos e abertura imediata para ambulâncias e serviços de saúde em geral. Por volta das 10h30 da manhã desta quinta-feira, após diálogo com o Incra e a Polícia Rodoviária Estadual, a via foi totalmente liberada.
Uma reunião foi marcada para a tarde desta sexta-feira (20), em Guarapuava, com representantes da Ouvidoria Agrária Nacional, da Ouvidoria Agrária estadual e do Centro Judiciário de Soluções de Conflitos (Cejusc) do Tribunal de Justiça do Paraná.