Uma caminhada no Parque dos Pioneiros marcou as ações do Junho Violeta, mês escolhido para alertar as pessoas sobre os tipos de violência cometidos contra a pessoa idosa. Quase 200 pessoas, a maioria ligadas a grupos de idosos, participaram da ação na manhã desta quinta-feira (13). A atividade foi promovida pela Secretaria de Políticas para Infância, Juventude, Mulher, Família e Desenvolvimento Humano em parceria com a Secretaria de Esportes (Smel), Secretaria de Assistência Social, Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana (SSMU), Cresol, Curso de Direito da PUC-PR, Polícia Militar e Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa (CMDI).
A campanha é alusiva ao dia 15 de junho, Dia Mundial de Conscientização sobre a violência contra a pessoa idosa. Durante o mês, a coordenadoria de Políticas para a Pessoa Idosa realizará palestras em reuniões de território, em conselhos, grupos de idosos e instituições que forem convidadas para tratar sobre o tema.
“Hoje (13) tivemos a oportunidade de falar com os idosos, mas temos que levar essa mensagem também para a sociedade como um todo. Precisamos sensibilizar sobre os atos que são considerados atos de violência. Temos números de atendimentos no município que, infelizmente, são expressivos, mas sabemos que tem muito mais do que realmente chega de fato para o atendimento. Então a ideia é envolver todas as políticas públicas nesse processo para sensibilizar a sociedade como um todo”, explicou a secretária de Desenvolvimento Humano, Rosiany Favareto.
Segundo a coordenadora de Políticas para a Pessoa Idosa, Diele Gama Fidler, até o primeiro semestre de 2024, foram registradas 74.620 denúncias no Brasil e 429 mil violações de direitos. No Paraná, só no mês de maio de 2024, foram registradas 2.747 denúncias e 15.708 violações. “É um número bem expressivo. Nós sabemos que há uma estimativa que o número da população idosa aumente cada vez mais com o passar dos anos, e a tendência é que as violações, essas violências, também aumentem”, estima a coordenadora.
E em Toledo foram registrados 186 casos de violência contra a pessoa idosa em 2023. “E isso lembrando que às vezes tem algumas pessoas idosas que sofrem mais que um tipo de violação. Então, se nós formos analisar, é um número bem expressivo e precisamos, sim, prevenir. Precisamos prevenir e continuar conscientizando a população, pois se não falarmos do assunto é possível que esses números aumentem cada vez mais”, acrescenta Diele.
Interação - Após a caminhada no Parque dos Pioneiros, o público presente se reuniu no Parque das Águas para obter informações sobre os diversos tipos de violência e também sanar dúvidas sobre assunto com representantes da Polícia Militar, com professores e alunos do Curso de Direito da PUC-PR, com a Cresol e com os demais serviços públicos ali presentes.
Um café da manhã saudável foi servido ao público presente e fornecido pela Cozinha Social. Eles também puderam auferir a pressão com a equipe de enfermagem. Além dos idosos, alunos da Escola Municipal Reinaldo Arrosi também participaram das atividades.
O integrante do Grupo de Idosos Frei Alceu, do Jardim Porto Alegre, Anacleto Schumacher (62) ficou impressionado ao saber os números da violência contra idosos em Toledo. “É bastante expressivo e assusta. Mesmo a gente morando numa região que a princípio não se ouve falar muito a respeito, mas isso continua acontecendo, ou melhor, acontece e muitas vezes a gente não toma conhecimento. Como muitos casos acontecem dentro do grupo familiar, às vezes o assunto não se propaga. Ações como essa ajudam e servem como alerta para todos”, frisou Anacleto.
A participante do Centro de Revitalização da Terceira Idade (Certi Pioneira), Claudete Vicente dos Santos (70), comemorou nunca ter passado por esse tipo de experiência na família, mas disse que já ouviu falar sobre casos que envolveram outros idosos. “É bom esse tipo de orientação e também que a sociedade saiba sobre isso, esse tipo de ação deveria acontecer mais vezes”, apontou Claudete.
Tipos de violência - Em Toledo, o tipo de violência mais frequente contra idoso é a negligência. Refere-se a recusa ou omissão dos cuidados devidos, em situações de múltipla dependência ou incapacidade. Em seguida vem a violência psicológica e social. Refere-se a agressão verbal crônica, desrespeitando a identidade, dignidade, autoestima e autonomia.
A mais conhecida é a violência física, quando o uso da força física é utilizado para coagir a fazer o que não deseja, provocando dor, incapacidade ou morte. Existe a violência institucional, que é exercida nos serviços públicos e/ou privados por ação ou omissão na gestão e prestação de serviços. O abandono se manifesta pela ausência da atuação dos responsáveis governamentais, institucionais e/ou familiares na assistência e proteção quando delas necessitam.
A violência financeira ou econômica trata-se do uso não consentido de seus recursos financeiros e patrimoniais. Já a auto-negligência é a recusa de prover cuidado a si mesmo, colocando em risco a própria vida. A violência medicamentosa é a forma indevida de administração de medicamentos por familiares, cuidadores e profissionais. A violência sexual é o abuso que visa obter excitação, relação sexual ou práticas eróticas por meio de aliciamento, violência física ou ameaças.
Via: Assessoria Município de Toledo - Foto: Divulgação
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