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Dia do Médico: CRM Paraná presta homenagem a profissionais que completam 50 anos de carreira

Quatro médicos que atuam no Policlínica Hospital de Cascavel estão na lista...

18 out 24 - 12h49 Redação SOT
Dia do Médico: CRM Paraná presta homenagem a profissionais que completam 50 anos de carreira

A Medicina é uma profissão que exige muito comprometimento e dedicação, já que o médico é o profissional que carrega a nobre missão do cuidado. Ele diagnostica, trata e cura pessoas doentes. 

O dia 18 de outubro é destinado à celebração da importância do profissional e do seu trabalho para a vida e saúde da população. Como forma de honrar e homenagear os médicos e médicas que completam 50 anos de exercício da Medicina com histórico ético exemplar, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) realiza a tradicional solenidade de entrega do Diploma de Mérito Ético-Profissional. A honraria chega à 39ª edição, homenageando 233 profissionais, dentre os quais estão quatro que atuam no Policlínica Hospital de Cascavel. 

Os nomes são referência em suas especialidades e fazem parte da história da cidade: Dra. Lúcia Emiko Kuroiwa Bressan, Dra. Neiva Maria do Rosário, Dr. Heitor Sonda e Dr. José de Jesus Lopes Viegas.

Médica por inspiração - A médica Neiva Maria do Rosário é um desses exemplos. Ela optou pela profissão inspirada na conduta de um profissional que conheceu na infância. “Desde pequena eu queria ser médica por ter uma admiração enorme pelo nosso médico de família, Dr. Nestor Doyle, que tratava dos meus pais e de todos os nove filhos. Ele era um ser humano ímpar e um conhecedor da Medicina como eu não vi até hoje, além de ter uma simplicidade invejável”, conta.

A escolha da especialidade veio do interesse sobre as pessoas. “Sempre gostei de ler sobre o comportamento humano e isso fez com que me decidisse pela Psiquiatria”, afirma. 

Dra. Neiva se sente honrada com a homenagem e como conselho para os futuros colegas de profissão antecipa a necessidade de entrega. “Acho uma homenagem justa para aqueles que se dedicam por tanto tempo à profissão, seja em que área for. Disse para minha filha quando ela escolheu Medicina: ‘lembre-se que você só vai ser médica, terá pouco tempo para outras coisas. Mas vale a pena!’”, garante. 

A importância do olho no olho  - O médico Heitor Sonda, especializado em otorrinolaringologia e endoscopia peroral, também celebra as cinco décadas de exercício da profissão e recebe com orgulho a homenagem. “Uma maneira de estimular e preservar a profissão e a ética”, afirma. 

Heitor, aos 76 anos, analisa os impactos do avanço da tecnologia na medicina, mas reforça que nada substitui o olhar humano para o paciente. “A tecnologia avançou muito, com o advento da fibra óptica melhorou, por exemplo, a iluminação da endoscopia. Mas é preciso observar um equilíbrio entre tecnologias e o tratamento olho no olho do paciente”, ressalta. 

Os planos para o futuro envolvem a continuidade da contribuição científica. “Pretendo aprofundar estudos, realizar pesquisas sobre doenças crônicas da minha especialidade”, garante. 

Aos futuros médicos o conselho é o mergulho em todas as áreas. “Estudem muito, passem muito tempo em hospital, ambulatório e centro cirúrgico”, completa. 

A missão de trazer bebês ao mundo  - Outro profissional que é referência, que tem uma história recheada de contribuições para área da saúde de Cascavel é o Dr. José de Jesus Lopes Viegas, ginecologista e obstetra, que no auge dos seus 84 anos segue atuando e acumula cerca de 13 mil partos realizados. A Medicina não foi a primeira formação do carioca. Logo após o colegial, cursou Biologia e por 10 anos se dedicou ao magistério. “Após uma década de formação entrei no curso de Medicina, na primeira turma de Teresópolis. Continuei lecionando durante a faculdade, depois fiz residência e especialização. O que definiu a escolha da ginecologia e obstetrícia foi o momento em que eu estava num estágio em um hospital no centro do Rio de Janeiro, e nós da equipe precisamos ir de ambulância até um bairro buscar uma paciente gestante. Ela estava em trabalho de parto e o neném nasceu dentro da ambulância. Eu fiquei maravilhado com aquilo, o nascimento é um negócio espetacular! Eu já tinha uma certa tendência a seguir essa área e ali me decidi”, conta.  

Em busca de uma cidade menos agitada que o Rio de Janeiro para criar os filhos, em 1977 o médico e a família chegaram a Cascavel, onde se estabeleceram e as primeiras amizades na área médica o levaram a ser assessor do então secretário de saúde, Renato Loures Bueno. Em paralelo iniciou os atendimentos em consultório. No ano seguinte, se tornou secretário de saúde e na sequência se elegeu vereador por dois mandatos. O médico também presidiu a Associação Médica e se orgulha das contribuições que os cargos lhe permitiram. As histórias do Dr. Jesus em Cascavel estão registradas em um livro que deve ser lançado em breve. Esta será a terceira publicação literária do médico, que escreveu uma obra sobre as memórias que tem da vida no Rio de Janeiro e outra de memórias do filho Caco, vítima de um acidente automobilístico. 

Ao relembrar os 50 anos do exercício da Medicina, um parto inusitado que realizou permanece na memória. “Eu estava de plantão e chegou uma mãe com uma menina que chorava. A mãe falava que ela estava com um cisto prestes a estourar e pedia que eu a salvasse. E eu olhei, percebi que o grito da menina não era grito de dor, era um grito de trabalho de parto. Quando entramos no centro cirúrgico, eu falei, você está grávida? Ela falou ‘tô e o neném tá nascendo’. E realmente a mãe dela não sabia. O neném nasceu e chamei a ‘avó’ que estava do lado de fora, entreguei o bebê e disse que o cisto havia nascido, ela quase desmaiou quando compreendeu o que havia acontecido”, relembra. 

Dr. Jesus se diz feliz com a homenagem pelo Jubileu de Ouro e revela os planos de seguir trabalhando, ainda que em ritmo menos acelerado, até os 100 anos de idade. Aos colegas jovens e futuros médicos recomenda estudo contínuo e olhar humano para o paciente. “Seja participativo, continue estudando sempre e seja acolhedor. O médico precisa acolher o paciente, saber ouvir, dar conforto, porque muitas vezes a pessoa vem para falar, ela não vem para se consultar, ela quer botar para fora uma série de dificuldades. Eu acho que essa garotada nova tem que partir pra esse princípio”, completa.

Via: Conselho Regional de Medicina do Paraná - Foto: Divulgação


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