30 de maio de 2025

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Governo do Paraná moderniza Banco de Alimentos da Ceasa Cascavel e anuncia revitalização da unidade

Piana também anunciou investimentos de R$ 4,7 milhões para obras na unidade.

Governo do Paraná moderniza Banco de Alimentos da Ceasa Cascavel e anuncia revitalização da unidade
Ari Dias/AEN

O governador em exercício Darci Piana entregou nesta quinta-feira (29) o novo Banco de Alimentos Comida Boa da Central de Abastecimento (Ceasa) de Cascavel, no Oeste do Paraná. A obra, que teve investimento de R$ 1,2 milhão, entre estrutura e equipamentos, modernizou a cozinha industrial da unidade, permitindo que os alimentos doados pelos permissionários possam ser processados, evitando o desperdício e fortalecendo a segurança alimentar no Estado.

Além disso, foi assinada a liberação para novas obras de modernização no local. Com um aporte de R$ 4,7 milhões, o Estado vai fazer uma nova pavimentação asfáltica na Ceasa de Cascavel, trocar o cercamento e construir um revestimento em alvenaria na sede da central. O objetivo é revitalizar o espaço, deixando-o mais bonito com a execução de uma arte em grafite, contando a história do órgão e a relação com os alimentos.

“A Ceasa Paraná é a melhor do País, exemplo não só para outros estados, mas para o mundo. O Comida Boa é um programa fantástico, pois além de evitar o acúmulo de comida, evitando problemas ambientais com o descarte inadequado de alimentos em condições de consumo, alimenta a nossa população mais vulnerável, contribuindo com a segurança alimentar”, afirmou Piana.

“Agora, após uma avaliação, eles vão poder processar os alimentos que sobram e congelar para serem entregues às instituições, entidades e a população de um modo geral. É mais um trabalho que o Governo do Estado tem feito, ajudando as Ceasas do Paraná com essa estrutura, mas principalmente a população, com esses alimentos indo para a mesa daqueles que mais precisam”, acrescentou Piana.

As modernizações fortalecem o programa Banco de Alimentos Comida Boa e tornam a Ceasa mais funcional para os permissionários que usam o local para comercializar hortifrutigranjeiros.

“Ter uma ideia já é uma coisa muito boa. Colocar no papel é sensacional, mas tirar do papel é extraordinário, e o Banco de Alimentos foi essa ideia maravilhosa que se transformou em realidade no Paraná. Hoje são quase R$ 6 milhões de investimento na Ceasa de Cascavel, entre a entrega do espaço e revitalização do entorno, ampliando ainda mais a qualidade do trabalho desenvolvido aqui”, destacou o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Márcio Nunes.

“É o Governo do Paraná demonstrando que é o supermercado do mundo, produzindo com qualidade, mas também se preocupando com a sustentabilidade e com as pessoas. É uma demonstração muito clara de um produto que seria descartado, prejudicando o meio ambiente, mesmo com muita qualidade, e que agora será aproveitado, evitando o desperdício”, finalizou o secretário.

O novo Banco de Alimentos de Cascavel atende todos os meses 32 mil pessoas de cerca de 60 entidades assistenciais, como hospitais, escolas e orfanatos. Em média, os permissionários e agricultores do Ceasa de Cascavel doam 40 toneladas de alimentos todos os meses.

O espaço tem 420 metros quadrados, com uma cozinha industrial totalmente equipada para processar alimentos, transformando frutas, legumes e verduras em sopas, caldos e sucos para serem distribuídos para as entidades parceiras. As obras também readequaram o espaço para atender todas as normas sanitárias vigentes e dar mais conforto aos trabalhadores.

A nova estrutura foi equipada com fogão industrial, mesas para separação e esterilização dos alimentos, trituradores, seladoras a vácuo e de potes e freezers. São cinco salas que foram projetadas para que os alimentos passem por um fluxo eficiente ao longo do processamento, primeiro pela separação, depois higienização, corte, embalagem e congelamento.

“Agora, com esta reforma, poderemos processar os alimentos nesta unidade. Isso dá mais longevidade ao que é doado pelos permissionários. Com a nova estrutura, nossa meta é processar cerca de 30% destes alimentos”, disse o diretor-presidente da Ceasa Paraná, Éder Bublitz. “A Ceasa desperdiçava muito, mas muito alimento mesmo. Em 2024, deixamos de desperdiçar 7,5 mil toneladas de alimentos que foram para a mesa de quem mais precisa.”

SEGURANÇA ALIMENTAR – O programa Banco de Alimentos Comida Boa é realizado nas cinco unidades da Ceasa no Estado (Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu) em parceria com os permissionários que doam alimentos que não são comercializados, mas que estão em boas condições de consumo. O trabalho de processamento destes alimentos é feito por pessoas privadas de liberdade, dentro de um projeto de ressocialização.

Ao todo, 348 entidades estão cadastradas junto ao programa, atendendo mais de 115 mil pessoas. Todos os meses, 591 toneladas de alimentos são reaproveitados e doados a pessoas em situação de vulnerabilidade. Em 2024, foram repassados 7,5 mil toneladas de alimentos, o que representou um crescimento de 40% em relação ao volume doado no ano anterior.

O crescimento se deve a uma série de avanços no programa com o objetivo de alcançar o desperdício zero. Um deles foi a destinação de parte dos alimentos para criadouros de animais, que não tem mais condições para a alimentação humana. São 25 toneladas por mês para esta finalidade, atendendo cerca de 4 mil animais resgatados de mais de 200 espécies, muitas delas ameaçadas de extinção.

Além disso, também houve um aumento da eficiência nos processamentos das frutas, legumes e verduras, e uma maior conscientização por parte dos permissionários, que doaram mais alimentos.

A nutricionista do Banco de Alimentos de Cascavel, Fabiana Grasieli Salvi, ressalta os benefícios com a nova estrutura. “Agora eles serão minimamente processados. Os alimentos vão ser transformados aqui, seja em molhos de tomate, doces de frutas, então a gente aproveita tudo”, explicou. “O alimento que não pode ser utilizado in natura porque tem um ‘machucadinho’, a gente traz para higienização e aproveita ele de forma integral, dando mais tempo de vida útil para ele, podendo congelar, inclusive.”

“Nós moramos numa região rica, forte, mas ainda tem gente que tem fome. Essa é uma obra que vem para facilitar a vida, uma relação de ganha-ganha, pois ganha a natureza, ganha o homem e ganha a sociedade de uma forma geral”, celebrou o prefeito de Cascavel, Renato Silva.

IMPACTO SOCIAL – Além das doações, a medida também muda a vida das pessoas envolvidas no programa. As pessoas privadas de liberdade que trabalham no processamento dos alimentos e que atuam sob supervisão da Polícia Penal do Paraná (PPPR) recebem capacitações sobre educação alimentar.

Estas capacitações ajudam no processo de ressocialização. Com isso, segundo dados da Ceasa, 72% dos participantes que passam pelo programa conseguem obter outros empregos após o cumprimento ou progressão da pena.

Os merendeiros e cozinheiros das entidades que participam do programa também participam de oficinas sobre educação alimentar e cuidados com a saúde.

RECONHECIMENTO – O exemplo no combate ao desperdício de alimentos tem sido reconhecido por outros estados e entidades internacionais que tratam de segurança alimentar. Em 2024, o Banco de Alimentos Comida Boa conquistou a medalha de ouro na categoria empresa do ano de alimentos e bebidas de médio porte durante o 21º Annual International Business Awards, na Turquia, um dos principais prêmios empresariais do mundo.

A iniciativa também despertou o interesse do governo federal e de outras centrais de abastecimento pelo Brasil, como a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas) para que o programa seja replicado.

Por: SOT/Agência Estadual de Notícias - Foto: Ari Dias/AEN

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