Jurandir fala, no Nead, de segredos para uma boa técnica de negociação

A técnica de negociação pode ser aprendida nos livros. Mas o que fazer quando o desafio está dentro de nós mesmos? Essa foi uma das reflexões que marcaram a palestra conduzida por Jurandir Parzianello, vice-presidente da Acic para Assuntos de Desenvolvimento Regional, durante encontro do Nead (Núcleo de Escritórios de Advocacia), na associação comercial.

Diante de um público formado por advogados e convidados, Jurandir apresentou um conteúdo técnico, mas que foi muito além das fórmulas tradicionais. Ele defendeu que toda grande negociação começa com a mais essencial de todas: a que travamos com a própria vida. “É preciso ter um plano de evolução que vá além da carreira. Um plano que contemple também o crescimento pessoal, empresarial e espiritual. Só assim a técnica faz sentido”.

Jurandir conduziu os presentes a uma profunda reflexão: que mentalidade estamos cultivando? Onde queremos estar daqui a 5, 10 ou 20 anos? Segundo ele, a verdadeira técnica de negociação exige vontade dirigida, intencionalidade e fé no próprio caminho. “Negociar com a vida é acreditar que vai dar certo. É estar aberto para descobrir e utilizar as próprias potencialidades.”

Outro ponto forte da palestra foi a valorização da qualificação multidisciplinar para conquistas reais. Para ele, o bom advogado precisa dominar o Direito, mas também compreender gente, processos, comunicação, estratégia e comportamento. “Conhecimento técnico, por si só, não garante conexão. E sem conexão, não há negociação verdadeira”, afirmou o palestrante.

Jurandir lembrou que todo cliente tem uma história, e que o advogado precisa ir além do problema jurídico apresentado. “Às vezes, o cliente já tentou de tudo. Ele não busca apenas uma solução legal — ele precisa de acolhimento, de clareza, de um diagnóstico honesto. E isso exige ética, escuta e sensibilidade”.

Chave da negociação

O autoconhecimento apareceu como uma das chaves das negociações bem-sucedidas. “Negociar exige paciência, sabedoria e responsabilidade. Mas nada disso funciona se não estivermos conectados conosco. Não dá para criar vínculo com o outro quando há desencontro dentro de nós mesmos”.