Pais pedem CPI para investigar abusos na rede municipal de ensino
Mobilização na Câmara de Vereadores cobrou investigação séria sobre processos disciplinares envolvendo suspeitas de abuso sexual em escolas municipais...

Em uma mobilização realizada na Câmara de Vereadores nesta segunda-feira (09), pais e mães de alunos da rede municipal de ensino entregaram uma carta aberta à sociedade e às autoridades, solicitando a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os processos administrativos disciplinares (PADs) relacionados a suspeitas de abuso sexual nas escolas. O documento detalhou preocupações com a condução e a demora na conclusão desses processos, que segundo os manifestantes, vêm se arrastando desde 2019.
De acordo com a carta, ao menos 12 processos foram instaurados nesse período, sendo que cinco deles envolvem diretamente crianças. Os casos variam entre abuso sexual contra vulneráveis, assédio a alunos e até um possível abuso durante o momento do soninho, todos supostamente cometidos por agentes de apoio das instituições de ensino.
Um dos exemplos citados no documento foi o chamado caso “Professor Monstro”, que levou 1.366 dias — mais de três anos — para ser concluído, extrapolando em muito o prazo legal de 120 dias para a finalização de um PAD. Os pais também levantaram questionamentos sobre a possibilidade de os acusados terem continuado a atuar em sala de aula enquanto estavam sob investigação, além de denunciarem a omissão de registros oficiais em alguns episódios.
O movimento defendeu a criação de uma CPI ampla, séria e transparente, que analise todos os processos disciplinares abertos desde 2016. A proposta é que a comissão ouça profissionais da educação, mães, pais e possíveis vítimas, com o objetivo de romper com o que chamaram de “ciclo de silêncio” e reconstruir a confiança da sociedade nas instituições públicas.
A carta também cobrou um compromisso público do atual prefeito, da Câmara de Vereadores, da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), da Controladoria e do Ministério Público com a verdade e a proteção das crianças. À imprensa, os pais pediram que continue acompanhando de perto a situação, ajudando a “iluminar as sombras que se formaram nas escolas municipais”.
O documento finaliza com um convite à imprensa para uma coletiva, onde o grupo pretende apresentar provas e indícios de falhas na condução dos processos e na aplicação das leis municipais. O objetivo, segundo os organizadores da mobilização, é contribuir para a construção de uma cidade mais justa, segura e responsável para todas as crianças.
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