26 de junho de 2025

Cascavel

Fale conosco

Cascavel

Homens também sofrem: o silêncio perigoso sobre a saúde mental masculina

Enquanto o debate sobre direitos cresce nas redes, a saúde emocional dos homens segue negligenciada — e o número de suicídios assusta..

A saúde mental masculina segue sendo um tema ignorado por grande parte da sociedade, mesmo diante de dados alarmantes. No Brasil, a cada 100 mil homens, entre 22 e 24 cometem suicídio diariamente. Esses números refletem uma realidade silenciosa: homens estão adoecendo emocionalmente e, muitas vezes, não encontram espaço para expressar suas dores sem julgamento.

Em meio a disputas ideológicas nas redes sociais — entre correntes extremas como o feminismo radical e o movimento "red pill" — o debate se torna uma batalha de narrativas, muitas vezes sem espaço para acolhimento, empatia e entendimento das dores reais de ambos os lados. Enquanto isso, cresce o número de homens que se sentem injustiçados, perseguidos e silenciados em questões familiares, afetivas e legais.

Casos de alienação parental, por exemplo, em que pais são impedidos de conviver com seus filhos após separações conturbadas, são frequentemente relatados, mas pouco abordados. A falta de apoio emocional, somada a acusações públicas nas redes sociais, sem direito a defesa ou escuta, pode levar ao colapso emocional — e, em situações extremas, ao suicídio.

A terapeuta e psicanalista Bruna Gayoso chama atenção para o fato de que saúde mental não é uma guerra de gêneros. Ela reforça que homens também adoecem, sofrem depressão, enfrentam relacionamentos abusivos e, por vezes, são vítimas de comportamentos narcisistas e manipulatórios. “Relacionamento abusivo é um tema sério e precisa ser tratado com responsabilidade. Não pode ser usado como chantagem ou palco para mentiras”, alerta.

A psicologia moderna e os profissionais da saúde mental defendem que é urgente criar um ambiente de escuta e respeito para ambos os gêneros. É possível combater o machismo e proteger mulheres sem deslegitimar o sofrimento masculino. Homens também precisam de apoio, voz e vez. A dor deles é real — e ignorá-la custa vidas.

É hora de mudar a forma como falamos sobre emoções, relações e saúde mental. Não se trata de guerra entre gêneros, mas de humanidade.

Por: SOT/Luiz Felipe Max - Foto: Divulgação

Tags:



Mais Lidas

Publicidade