Região Oeste registra forte avanço no otimismo dos empresários para o 2º semestre
Expectativas positivas cresceram 12,6 pontos em relação ao início do ano, aponta levantamento da Fecomércio PR e Sebrae/PR...
A Região Oeste do Paraná apresenta uma das evoluções mais expressivas nas expectativas do empresariado para o segundo semestre de 2025. É o que revela a nova edição da Pesquisa de Opinião do Empresário do Comércio, elaborada pela Fecomércio PR em parceria com o Sebrae/PR. De acordo com o levantamento, 36,1% dos empresários locais estão otimistas para um aumento do faturamento até o fim do ano, um avanço de 12,6 pontos percentuais em relação ao primeiro semestre, quando esse percentual era de 23,5%.
O resultado posiciona a região entre as mais confiantes do estado, ficando atrás apenas de Maringá (37,7%) e Londrina (36,4%). A tendência positiva também se reflete na redução das expectativas negativas, com apenas 13,3% dos entrevistados prevendo queda nas receitas. Outros 25,3% projetam estabilidade e 25,3% ainda não definiram sua perspectiva.
No Paraná, o setor de turismo lidera o otimismo com 40,5% de projeções favoráveis, seguido pelos serviços (35,2%) e varejo (30%). Empresas de pequeno porte são as mais confiantes, com 42,6% prevendo crescimento no segundo semestre.
Segundo o coordenador de Desenvolvimento Empresarial da Fecomércio PR, Rodrigo Schmidt, com a chegada do segundo semestre, os empresários do comércio paranaense demonstram disposição para avançar com mais confiança e foco em melhorias estruturais. A preferência por investir na qualificação dos negócios, mesmo diante de um cenário desafiador, revela uma visão estratégica e resiliente do setor.
“Seguindo o crescimento expressivo do segmento no Paraná, os empresários do turismo são os mais confiantes com os seus negócios neste segundo semestre. Com uma postura mais conservadora, os empresários paranaenses preferem, no momento, investir no aperfeiçoamento e modernização das instalações físicas de seus empreendimentos, do que aplicar em inovação de produtos, abertura de novas lojas ou atuar em outros setores do mercado. Este direcionamento está ligado entre outros fatores a uma percepção de instabilidade política e econômica, além de uma carga tributária inibitória”, avalia.
Investimentos
Na região Oeste, a tendência de manutenção de equipes também se destaca: 60,2% das empresas afirmam que devem manter o atual quadro de colaboradores, enquanto 14,5% planejam ampliar a equipe ainda em 2025.
A pesquisa também revela que 31,7% das empresas paranaenses devem realizar novos investimentos ainda este ano. Entre as prioridades estão a modernização das estruturas, compra de equipamentos, ações de marketing e capacitação da equipe. Um dado de destaque é o crescimento da intenção de ampliar estoques, citado por 10,5% das empresas, um aumento de 8 pontos percentuais em relação ao primeiro semestre.
A expectativa geral dos empreendedores, aliada aos desafios apontados pela pesquisa, como a manutenção e ampliação do quadro de funcionários, além da escassez de mão de obra qualificada, revela a necessidade de atenção à preparação e à formação empreendedora e profissional, analisa o gerente de Competitividade Setorial do Sebrae/PR, Weliton Perdomo. “O momento exige mais do que otimismo, exige preparo. É necessário pensar e construir um planejamento baseado em dados, não em intuição, com foco na melhoria da gestão de fluxo de caixa e de compras”, afirma.
Além de modernizações e da aquisição de novas máquinas e equipamentos, Weliton destaca a intenção de investimento em marketing (24,7%), o que reforça que os empresários estão atentos à importância de se reposicionar no mercado e melhorar a experiência do cliente. “E o papel do Sebrae é justamente ser esse parceiro técnico na tomada de decisões estratégicas. Estamos ao lado de quem empreende, com soluções em transformação digital, inteligência de mercado e gestão de vendas, para que os pequenos negócios alcancem resultados consistentes mesmo em um ambiente de incertezas”, completa.
Desafios
Entre os principais desafios, os empresários da região, assim como em todo o estado, destacam a instabilidade política (42,2%), a carga tributária elevada (32,7%) e a instabilidade econômica (32,2%). A falta de mão de obra qualificada também preocupa (30,6%), além da crescente dificuldade de acesso ao crédito, relatada por 11,7% dos entrevistados.