Ministério da Saúde acompanha trabalhos que fazem de Cascavel referência na prevenção à transmissão de HIV, sífilis e hepatite B de gestante para bebê
Desde 2020, Município é referência no cuidado a grávidas e bebês, com ações preventivas da gestação ao recém-nascido

Em 2023, Cascavel recebeu o Selo Prata de Boas Práticas Rumo à Eliminação da Transmissão Vertical do HIV, concedido pelo Ministério da Saúde a municípios que apresentam indicadores consistentes na prevenção da passagem do vírus de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação. A certificação é resultado de um conjunto de ações integradas entre unidades de saúde, maternidades, laboratórios e serviços especializados.
Nesta semana, uma equipe nacional do Departamento de HIV, Tuberculose, Hepatites Virais e ISTs (DAT), do Ministério da Saúde, está no município para validar o processo de certificação e também avaliar as práticas voltadas à eliminação da transmissão vertical da sífilis e da hepatite B.
De acordo com a consultora do Ministério da Saúde, Amanda Alencar, o objetivo da visita é confirmar os dados já apresentados pela rede municipal. Segundo ela, Cascavel já possui bons indicadores. “Estamos avaliando toda a linha de cuidado, desde a gestão e unidades básicas até maternidades e serviços de referência, para confirmar que o fluxo de atendimento garante a prevenção”, destacou.
A transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B deve ser um evento raro, já que existem medidas eficazes de prevenção, como início imediato do pré-natal ao descobrir a gravidez, testagem rápida e diagnóstico precoce para gestante e parceiro, acompanhamento e tratamento adequados em casos positivos, além de cuidados específicos no parto e pós-parto para mãe e bebê.
Segundo a coordenadora do Cedip, unidade referência no atendimento, Josana Aparecida Dranka, Cascavel tem obtido resultados expressivos porque investe em um pré-natal de qualidade, profissionais capacitados, uso de testes rápidos e acompanhamento rigoroso das gestantes e recém-nascidos. Ela explica que, de 2020 a 2023, foram acompanhadas 86 gestantes com HIV e não houve registro de transmissão vertical. “Esse resultado é reflexo do comprometimento da rede de saúde e do trabalho integrado para garantir que esses bebês nasçam livres de infecções preveníveis”.
O secretário de Saúde, Ali Haidar, pontua que o reconhecimento reforça a efetividade das políticas públicas de saúde materno-infantil adotadas no município. “Os números mostram que estamos no caminho certo, e, para além de dados, são mais vidas protegidas. Nosso compromisso é manter e aprimorar esse trabalho para que cada gestante receba atendimento humanizado e seguro, e que cada criança tenha um começo de vida saudável”.
Números em Cascavel
• HIV/Aids: De 2015 a 2024, foram notificados 1.457 casos, com acompanhamento de 173 gestantes e apenas 6 casos de transmissão vertical no período. Entre 2020 e 2023, não houve registro de novos casos de transmissão vertical.
• Sífilis: Entre 2015 e 2024, foram registrados 7.139 casos, incluindo 1.522 gestantes e 199 casos de sífilis congênita.
• Hepatite B: Entre 2017 e 2024, houve 838 novos casos e nenhum registro de transmissão vertical.
O trabalho contínuo da rede municipal busca não apenas manter os índices positivos, mas também alcançar a certificação plena de eliminação da transmissão vertical, garantindo que cada bebê tenha um início de vida saudável e livre de infecções preveníveis.