Paranaense foge da guerra na Ucrânia após ser enviado para a linha de frente
Lucas Felype, de 20 anos, natural de Francisco Beltrão, enfrentou uma jornada de cinco dias e mais de mil quilômetros até escapar do conflito.
O jovem paranaense Lucas Felype Vieira Bueno, de 20 anos, viveu uma experiência dramática na Ucrânia ao decidir se voluntariar para atuar no país em meio à guerra. Natural de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, ele havia aceitado o compromisso com a promessa de trabalhar com drones, mas acabou sendo direcionado para perto da linha de frente do conflito.
Segundo o relato, ao perceber que seria enviado diretamente para o campo de batalha, Lucas tentou encerrar o contrato, mas descobriu que o documento exigia permanência mínima de seis meses sob as regras do governo ucraniano. A situação o levou a tomar uma decisão radical: fugir da base militar.
Na madrugada do dia 12, ele deixou o local e iniciou uma jornada arriscada. Foram cinco dias de travessia, grande parte feita a pé, passando por barreiras de segurança e enfrentando riscos a cada quilômetro. O percurso total ultrapassou mil quilômetros, partindo de Kharkiv, no nordeste do país, passando por Kiev e Lviv, até chegar à fronteira. Em alguns trechos conseguiu caronas, mas relatou dificuldades para cruzar os limites do território ucraniano.
Na imigração, enfrentou checagens rigorosas, mas obteve autorização para atravessar e recebeu um visto de turismo. Agora, avalia se retorna ao Brasil ou se permanece na Europa, enquanto sua família acompanha de perto os próximos passos.
Especialistas em Direito Internacional apontam que, por se tratar de um contrato regido pela lei ucraniana, o jovem poderá responder por deserção e até enfrentar um possível pedido de extradição, dependendo do andamento do caso.
O Ministério das Relações Exteriores informou que, por meio da Embaixada do Brasil em Kiev, oferece a assistência consular necessária ao brasileiro.
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