Itaipu anuncia parcerias para fortalecer agricultura familiar e educação
Convênios vão beneficiar organizações de agricultores do Vale do Ribeira e alunos do ensino fundamental em 24 municípios do Paraná de menor IDH
A Itaipu Binacional lançou, na manhã desta segunda-feira (25), em Rio Branco do Sul, duas parcerias que têm como objetivo promover impactos sociais positivos em municípios com baixos índices de educação básica (Ideb) e de desenvolvimento humano (IDH) do Paraná. As iniciativas fazem parte do programa Itaipu Mais que Energia, alinhado às políticas públicas do Governo do Brasil.
A primeira delas é o projeto de Fortalecimento das Organizações Sociais e Desenvolvimento do Vale do Ribeira. Conforme explicou o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, o objetivo é fornecer ferramentas, recursos financeiros e capacitação para que esses municípios possam promover o desenvolvimento local. “Essa é uma região de baixo IDH, predominantemente rural e com dificuldades para se desenvolver. A ideia é dar apoio para mudar essa realidade e melhorar a vida das pessoas”, afirmou.
O projeto é uma parceria com o Consórcio Metropolitano de Serviços do Paraná (Comesp), com investimentos de R$ 3,7 milhões e prazo de execução de dois anos. Segundo o diretor de Coordenação da Itaipu, Carlos Carboni, cerca de 330 famílias de agricultores que integram cooperativas e associações desses municípios serão beneficiadas.
“Vamos ajudar com assistência técnica e promover a industrialização da produção. Ou seja, agregar valor aos produtos e melhorar a renda dessas famílias, mas também com um olhar para a proteção do meio ambiente”, disse Carboni.
A iniciativa contempla os sete municípios do Vale do Ribeira: Adrianópolis, Bocaiúva do Sul, Cerro Azul, Doutor Ulysses, Itaperuçu, Rio Branco do Sul e Tunas do Paraná. Entre as agricultoras beneficiadas está Joceneide Mariano dos Santos Ferreira, que é secretária da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Adrianópolis.
Ela vive em uma comunidade quilombola onde a renda familiar gira em torno de um salário mínimo. A produção é, principalmente, de hortaliças e frutas. Com o apoio da Itaipu, a expectativa é que a associação tenha melhores condições para participar de feiras e fornecer alimentos para a merenda escolar. “Nossa principal dificuldade é a logística. É o transporte dos produtos. Daí, a gente espera que a renda melhore bastante, porque a gente vai conseguir atender às compras da prefeitura”, comemorou Joceneide.
Essa também é a expectativa de Bruno Guimarães, agricultor e presidente da Cooperativa Provale, de Rio Branco do Sul. A cooperativa representa 115 agricultores familiares que se dedicam ao cultivo de mandioca e abóbora. A produção já conta com um pouco de industrialização e gera uma renda entre R$ 3 mil e R$ 5 mil por associado, dependendo da época. Mas Guimarães espera dobrar esses valores.
“A gente quer ampliar a agroindústria para poder atender a um mercado maior, inclusive em Curitiba, onde a gente já tem uma presença no Armazém da Família. Então, vamos tentar agora colocar um pouco mais de produtos lá e buscar outros mercados, inclusive privados. E buscar diversificação também”, afirmou.
A prefeita de Rio Branco do Sul e presidente do Comesp, Karime Fayad, destacou a parceria com o primeiro grande projeto do consórcio, que nasceu em 2005 focado em saúde e que, há três anos, ampliou para outras áreas. “Nós temos aqui no Vale do Ribeira pessoas que não conseguem uma renda adequada para sobreviver. E nada mais justo do que a gente olhar para essas associações, que são grupos que se reúnem, trabalham, partilham sua renda e desenvolvem as famílias e a localidade”, afirmou.
Semeando Futuros
Na mesma ocasião, a Itaipu firmou com o Instituto de Educação, Esporte, Cultura e Artes Populares (Iecap) o convênio Semeando Futuros. Com um investimento de R$ 21,5 milhões ao longo de 17 meses, essa ação vai atender a mais de 30 mil alunos de quatro a sete anos de idade em 24 municípios.
Segundo a presidente do Iecap, Renata Oliveira, a iniciativa vai envolver mais de dois mil docentes. “Além de capacitar os professores, o projeto vai oferecer materiais escolares que estimulam o pensamento científico, o interesse pela leitura e a consciência ambiental desde a primeira infância, e vai fortalecer a interação entre escola, alunos e famílias”, explicou.