Confusão de CPFs faz dois homens viverem a mesma identidade por anos e gera prejuízos no INSS
Moradores do Paraná e do Rio Grande do Sul descobriram que compartilhavam documentos, aposentadoria e até dívidas.
Dois homens de 62 anos, um morador de Maringá (PR) e outro do Rio Grande do Sul, viveram por anos uma situação inusitada e cheia de transtornos: ambos compartilhavam o mesmo CPF. O caso, revelado pelo portal GMC Online, envolveu benefícios do INSS, contas bancárias, empréstimos e até registros eleitorais ativos em dois estados diferentes.
A confusão começou na emissão de um dos documentos, quando os órgãos responsáveis não teriam conferido corretamente os dados de filiação, considerando apenas nome, sobrenome e data de nascimento. Com isso, os dois aposentados — um por tempo de contribuição e outro por acidente de trabalho — passaram a disputar involuntariamente o mesmo benefício.
Durante anos, valores foram pagos de forma incorreta, empréstimos apareceram em contas erradas e até negativação indevida foi registrada. Em alguns momentos, um deles chegou a ficar sem CPF ativo, enquanto o outro teve bens atribuídos de maneira equivocada.
O problema também atingiu familiares. A sobrinha do aposentado gaúcho, responsável por movimentar a conta dele, chegou a ter seu próprio banco bloqueado por suspeita de fraude. Somente em 11 de agosto de 2025 a duplicidade dos documentos foi oficialmente comprovada.
Após sucessivas tentativas de solução, a Receita Federal emitiu um novo CPF para o aposentado do Rio Grande do Sul. Agora, a família providencia a regularização de todos os documentos, enquanto o INSS aguarda os ajustes formais para corrigir os benefícios.
O caso expõe falhas graves no sistema de registro e mostra como um erro documental pode gerar sérios prejuízos financeiros, emocionais e burocráticos para cidadãos e seus familiares.